ANTI-HERÓI c1a
Créditos: Ilustração: Manuel Paryat
LÁ, SEREMOS FELIZES
Romance de Nicodemos Sena,
com gravuras de Manuel Frota Paryat.
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Para o “menino” Bernardino Sena,
com gratidão, sempre.
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“Ah! que a tarefa de narrar é dura
essa selva selvagem, rude e forte,
que volve o medo à mente que a figura.”
Dante Alighieri
(Inferno, Canto I)
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CAPÍTULO XII
ANTI-HERÓI
“Pois é difícil para uma mulher arder
sempre pelo mesmo homem.”
Ovídio
(A arte de amar)
Para ser aceito como trabalhador da Companhia, aumentaram a idade de Lázaro em dois anos. Quando de fato completou dezoito anos e foi convocado para o Tiro de Guerra (2), precisou tirar nova certidão de nascimento diminuindo a idade em dois anos. Nisso de aumentar e diminuir sua idade, Lázaro já nem sabia quando havia nascido. A mãe dizia que nascera em 1934, mas, de tanto tira e põe, tinha lá suas dúvidas.
O ano que ou na caserna foi um ano bom: a merreca que lhe pagavam de soldo não dava para se sustentar; em compensação, comia o rango dos soldados até se esbaldar, pois nunca foi luxento e cumprir ordem era o seu forte — se bem que, depois de servir de besta-de-carga para muita gente, Lázaro aprendeu que um homem precisa às vezes dizer não quando esperam dele um sim. Contudo, ainda serviu de besta-de-carga muitas vezes nessa vida, pois aprendeu outra coisa, tão ou mais importante que a primeira: é melhor se ar por covarde e sobreviver do que ser um herói morto; fácil é mostrar-se valentão e perder o pescoço, difícil é assumir as fraquezas sem desistir da luta.
Lázaro fez muitos amigos no Tiro de Guerra, mas isso não o ajudou em absolutamente nada. Quando terminou o seu tempo de serviço, ninguém chegou e lhe disse: “Lázaro, como és um rapaz honesto e bem-mandado, vem trabalhar comigo”. Ao contrário, as melhores portas se fecharam, e foi obrigado a aceitar o estafante ofício de servente de pedreiro, aquele cara que, literalmente, “põe a mão na massa”, enquanto o pedreiro senta os tijolos. E já nem esse serviço lhe ofereceram, acabando por se deixar recrutar por um comerciante que precisava de homens para o corte da juta no Paraná de Alenquer, onde ou dois anos cortando juta, com água pela cintura.
Foi um tempo desgraçado. Lázaro tinha dois dentes estragados, e isso era uma tragédia: não havia um só dia em que não chorasse com dor nos dentes.
Quando chegou à casa do patrão, em Alenquer, este lhe disse:
— Vais trabalhar com um aviado (2) meu, o Expedito; vais cortar juta com ele.
Lázaro disse:
— Tudo bem.
Um empregado de nome Rufino levou-o.
Moravam lá o Expedito, a mulher deste e o Antonico, primo do Expedito, rapaz magro e espigado. Expedito era clarinho, baixinho e magrinho. A mulher, por sua vez, era uma morenona bonita pra danar, que sofria, por isso mesmo, com a maledicência popular. Dizia-se, à boca pequena, que ela gostava de entregar sua fruta a qualquer arinho e que um cunhado do patrão, caboclo forte e atarracado, que morava em Alenquer, metia-lhe a cunha, uma vez que a brecha da cabocla seria larga e profunda demais para um marido tão jitinho (3).
Chegaram à casa do homem, no Paraná de Alenquer, umas 8 da noite. Tinha carapanã (4) que só a desgraça; aram a noite em claro. Não tinha rede para dormirem. Lázaro se deitou sobre uns fardos de juta que estavam no quarto — quarto fechado, com um monte de juta dentro, um forno. E haja dor de dente! Ele não se aguentava, chorava mesmo. Então a mulher do Expedito vinha, pegava tabaco, cortava, migava e botava no fogo — chééééé — com óleo e com banha, e metia o morrão de algodão, com o unguento, na boca de Lázaro, para queimar e ar a dor. Aliviava um pouco, mas a quentura logo esmaecia e a dor voltava mais forte. De manhã, chuva, chuva, chuva, chuva... Dentro de casa, Lázaro se encolhia. Mas o trabalho com a juta não tem horário.
— Vamos para o roçado, pessoal! Vamos para o roçado! — gritava o Expedito.
Era dia de lavar juta. O Antonico, o Expedito e a mulher, e outros rapazes que vieram para ajudar, embarcaram na canoa. Lázaro também se arrumou para ir.
— Tu não vai, aste a noite toda com dor de dente; botaram remédio na tua boca; com a água da chuva podes pegar uma doença — disse-lhe o Expedito.
— Estás doido, rapaz?! — gritou o Antonico.
De nada adiantou lhe falarem. Quando embarcavam, Lázaro pulou dentro da canoa, no meio da chuva, gritando:
— Vou com vocês! Não vou ficar aqui em casa!
Foram embora, no meio da chuva. A mulher, preocupada com Lázaro, pois era cuidadosa, boazinha, meio índia e bonita, e diziam que gostava duma cunha dura também.
“A turma foi chegando ao roçado e logo caindo n’água — tiébemmmm! Debaixo d’água estava queimando de frio”.
— Não, não vai dentro d’água! — gritou a mulher, mas Lázaro, já molhado, pulou de cabeça dentro d’água. Mergulhou lá no fundo e abriu a boca, enchendo-a de água. Nessa hora, ao entrar água em sua boca, sentiu uma pontada lá no fundo, parecendo que lhe tinha arrebentado a cabeça — ziiiiip. Ele havia botado remédio quente a noite toda! Tirou a cabeça da água, gritando.
— O que foi? — perguntaram.
— Rapaz, senti uma dor! — respondeu Lázaro, gemendo.
— Ai, sai d’água! Foi doença que te pegou! — gritou a mulher do Expedito.
“Sai d’água que nada!”, pensou Lázaro. Mergulhou novamente. Três vezes mergulhou lá no fundo e abriu a boca. Na segunda vez, aconteceu a mesma coisa; já na terceira, foi fraquinho. Pois não é que isso foi um remédio?! A raiz do dente estragado espocou e, como por milagre, Lázaro nunca mais sentiu dor de dente! Continuou trabalhando com o patrão.
Há muita ciência no corte da juta. Você planta a juta no verão, na época da vazante do rio, quando a terra da margem está seca; a árvore cresce em poucos meses, até ficar grande; assim que caem as primeiras chuvas do inverno e a água começa a cobrir o pé da árvore, o pessoal começa a cortar, e tem que cortar rápido, pois as águas do rio podem cobrir tudo em poucos dias. O pessoal corta, faz os feixes, joga dentro da água que vem subindo, põe pau em cima para afogar; entre doze e quinze dias a casca do pau amolece, o caboclo descasca o tronco e puxa a fibra, que serve para fazer saca de lona, de estopa e de sarrapilha (5), ela sai inteirinha, até nos galhos. Depois o pessoal lava, seca no sol e vende para o comércio, que revende para as fábricas, que, por sua vez, beneficiam a juta, que vira pano, vira saco. Pena que tudo isso morreu; a fibra de plástico tirou a vez da juta.
Lázaro trabalhou um bom tempo para esse camarada, que brigava com a mulher e ela com ele, por causa da fama de sacana que ela tinha. O caboclo nunca flagrou a mulher com outro homem, mas o povo falava. Os dois só viviam de beijinhos e abraços; ela chamava-o de “meu filhinho”, e ele de “minha filhinha”, mas, por qualquer coisinha, se desentendiam e se estapeavam.
Todo sábado o pessoal ia ao comércio, onde morava o cara que acochava a mulher, um caixeiro. Eram duas horas de canoa para ir e duas para voltar. Um dia, quando os dois pombinhos voltavam de lá, começaram a brigar. Dizem que o Expedito viu a mulher abraçada com o caixeiro no armazém, e então discutiram asperamente a viagem inteira. Chegando à barraca, continuaram brigando, briga feia, de boca.
As águas tinham subido. A casa, de maromba (6), feita com pau da imbaubeira (7) estava lotada de juta. Juta não cheira, mas é quente e tem poeira; o pessoal tinha que dormir ali, disputando espaço com as galinhas que o Expedito criava, já que as águas haviam coberto as árvores que serviam de poleiro.
Ainda brigando, a mulher colocou a janta na mesa. O pessoal jantou e não ela. Ela se emburrou e quando se emburrava não falava, não comia.
O casal tinha um mosquiteiro para se defender dos carapanãs na hora de dormir. Já Lázaro e o baitola do Antonico se viravam como podiam, matando carapanãs com palmadas.
Naquela noite, a mulher se meteu debaixo do mosquiteiro e ficou lá emburrada, enquanto Lázaro, Expedito e Antonico sentaram para jantar. Nisso, o Expedito chama a mulher para jantar, mas ela, discutindo com ele, disse que não vinha, e se insultaram — “filho da puta!”, ela para ele; “filha da puta!”, ele para ela. Era assim que se tratavam, quando brigavam; eles, que só viviam se beijando “tchoc tchoc” e se chamando de “minha filhinha, meu amor”. Ela não veio, e ele voltou a comer, mas a peste da mulher não se conformou: continuou a insultar, acabando por chamar o homenzinho de corno.
— Corno! Corno! — gritava a mulher.
Pra quê! O homem, que era baixinho, vermelhinho, miudinho e ligeiro pra danar, lançou mão do terçado de cortar juta, que vivia enfiado na parede de palha, pulou e correu atrás da mulher e, com aquele baita facão amolado, ia torá-la ao meio, mas, ao pular, Lázaro saltou atrás dele e, quando o homem suspendeu a mão e já ia arriar o terçado sobre a mulher, abraçou-se com ele e deu um empurrão, derrubando a porta e caindo os dois dentro d’água, com terçado e tudo.
Lázaro, que já era um moleque forte e acostumado a brigar, conseguiu sair d’água antes do outro. Então o Antonico lhe falou:
— Puta merda, Lázaro! Agora vai ser contigo! Quando ele vier de dentro d’água, tu vais ver!
Então Lázaro pensou: “Se ele vier, pulo n’água”, e ficou preparado. E o homenzinho, no escuro, que nem um pinto molhado, pegou no esteio da maromba e subiu. “Pronto! Agora ele vem!”, pensou Lázaro. E o baixinho veio, subiu na maromba, mas, em vez de partir para cima de Lázaro, ficou quieto e calado, talvez até agradecido, porque, se o companheiro não tivesse se metido, ele teria matado a mulher com o terçado. Expedito trocou a roupa, enxugou-se, foi para a sua rede e, sem dizer palavra, dormiu.
Como roncos de trovão e berros de marido am depressa, de manhã homem e mulher já estavam de novo de beijinho pra cá e “meu amorzinho” pra lá. Era uma sacanagem só, naquela casa.
Curioso que a mulher, que até foi sempre bacana com Lázaro, desse dia em diante, em vez de lhe agradecer por tê-la salvado do facão do marido, ficou de mal com ele e nunca mais lhe dirigiu palavra, e ninguém soube por quê, fazendo o nosso anti-herói perder-se em devaneios: “Será que ela achou ruim de eu ter impedido o marido de dar-lhe uma sova?”. Não creio, pois nenhuma mulher gosta de apanhar. Ou será que ela ficou com medo de que o marido pensasse que Lázaro e ela tinham um caso? Sabe Deus! Sabe lá o que se a na cabeça de uma mulher!
Dias depois, terminaram o corte da juta do Expedito e os fardos foram entregues ao patrão. Havia outros juteiros (8) na região, alguns deles atrasados no corte — e se a juta não é cortada rapidamente, a enchente vem e cobre o pé, amolece e aprodece o tronco, e a juta se perde.
Acabado o corte do jutal do Expedito, um rapaz chamado Batista convidou-os para dar uma mão no jutal dele, que estava com o serviço atrasado. Foram para lá. A juta já tinha sido cortada, mas faltava a lavagem. Sem nenhuma modéstia, Lázaro se gabava de ser muito bom na lavagem de juta. Era verdade. Naquela redondeza não havia, não havia mesmo, quem a ele se igualasse. A lavagem era por produção. Lázaro lavava de 200 a 300 quilos de juta por dia. Era mesmo bom para lavar juta e orgulhava-se disso, pois sempre foi trabalhador; acreditava que com o suor do seu rosto um dia ainda seria rico, mas, como esse dia parecia nunca chegar, consolava-se dizendo para si mesmo que nenhum homem honesto se enriqueceu de um dia para outro.
O tal Batista era um caboclo alto, forte e brigador que só diabo. Na região do Paraná de Alenquer era “o touro”, todo mundo o respeitava; quando chegava a uma festa, todos beijavam os pés dele; quando se aborrecia, acabava com a festa, botava homens e mulheres dentro d’água, todos tinham medo dele; era o bom mesmo, um monstro também para lavar juta. Ao chegarem lá, o Expedito disse ao Batista:
— Olha, Batista, trouxe aqui um cara que vai te enfrentar; é um caboclinho macho na lavagem de juta; só quero ver quem vai lavar mais de duzentos quilos por dia!
O Batista soltou uma gargalhada. Chamando Lázaro de “moleque”, disse que o botava no bolso. Lázaro ficou meio intimidado. Então o Expedito falou no seu ouvido: “Lázaro, capricha! Não vai deixar esse caboclo ganhar”.
Lázaro caiu n’água, pôs um pau sobre outro, feito jirau (9), e encheu de feixes de juta. E foi lavando, esfolando o tronco e puxando — tié... tié... Formava o feixe, amarrava a cabeça do feixe e sacudia dentro d’água — tiéeee, tiéeee, tiéeee... — a casca que saía se amontoava ali.
Quando chegaram, o tal Batista já estava dentro d’água lavando juta. Achava-se o máximo; trabalhava galhofando dos companheiros. Com o desafio, ficou ainda mais falastrão. Gritava, conversava, cantava. E Lázaro ali, trabalhando, caladinho — pá, pá, pi... pá, pá, pi...
Às 3 da tarde, o Expedito disse:
— Vamos embora, pessoal? Tá na hora!
Não podiam demorar mais. Do jutal até em casa ainda tinham pela frente uma hora de viagem, de canoa.
— Vamos entregar a juta — disse o Expedito.
— Também vou embora! — gritou o Batista.
O pessoal enrolava a juta e a entregava já pesada.
— Agora é que a gente quer ver quem é o bom! — gritaram os companheiros na hora da pesagem.
— Axi (10) que vou perder para esse fedelho! Arranco o meu saco e jogo aos cachorros se eu não ganhar! — garganteou o Batista.
E pesaram a juta. Não deu outra: Lázaro ganhou do Batista em 26 quilos!
— Ôooo rapaz! Cadê o Batista?! — todos exclamaram. Foi aquela avacalhação que a turma fez em cima do Batista! — Tá vendo, Batista? Agora tu encontraste! — gozava o pessoal.
O Batista era um caboclo bacana; perdeu a aposta mas não a pose; apenas soltava gargalhadas. Aliás, dizem que não perdia a alegria mesmo quando se zangava e partia pra briga. Gritava e saltava, quanto mais feia se mostrasse a situação, mas era opinioso. Nos dias seguintes, não deu o braço a torcer, continuou bafento, mas não quis mais apostar, pois sabia que ia perder. Depois dessa, tornou-se amigo de Lázaro.
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NOTAS:
1) Seção auxiliar das Forças Armadas encarregada de ar aos jovens recrutas os rudimentos básicos do serviço militar.
2) Pessoa que trabalha para outro sob a dependência de mantimentos fornecidos por quem o contrata para os seus serviços.
3) Pessoa ou objeto pequenino.
4) Mosquito que se alimenta de sangue humano, conhecido nas cidades como “pernilongo”
5) Alteração cabocla da palavra “serapilha” ou “serapilheira”, espécie de pano grosseiro sem acabamento, de juta ou de outra fibra vegetal análoga, usado para confecção de fardos; aniagem.
6) Espécie de jirau (construção de madeira) onde se põe o gado por ocasião das cheias do rio Amazonas.
7) Árvore da umbaúba ou imbaíba (do tupi: “ãba’ib”, árvore oca) da qual se tiram tábuas para assoalho.
8) Cortadores de juta.
9) Do tupi: “yi’rab”. Estrado de varas sobre forquilhas cravadas no chão, usado para guardar as, pratos, legumes e outras coisas.
10) Interjeição jocosa, herdada do tupi (“a’xi”), que exprime espanto, desdém ou zombaria, ainda muito usada pela população cabocla da Amazônia brasileira.
LEIA MAIS:
Capítulo I PAPAI, ME LEVA AO JARDIM?
Capítulo II DENTRO DE UM BREJO
Capítulo III A NOITE DENTRO DE UM CAROÇO
Capítulo V O ROSTO PÁLIDO NO FUNDO DA ÁGUA
Capítulo VI A BONDADE DE LEVINDO
Capítulo VIII NA SOLEIRA DA PORTA
Capítulo IX NAS MÃOS DO CARMELO
Capítulo X LÁ, SEREMOS FELIZES
Capítulo XI LÁ, TEMPO DE GUERRA
OBS: O texto completo do folhetim “Lá, seremos felizes” já se encontra à venda no formato impresso no site da Kotter Editorial. Veja AQUI
* Nicodemos Sena nasceu em 1958, no município de Santarém, Estado do Pará, Amazônia brasileira, e ou sua infância entre indígenas e caboclos do Rio Maró. Em Santarém, foi aluno da Escola Barão do Rio Branco, Ginásio Batista e Colégio Dom Amando. Em 1977, vai para São Paulo onde se forma em Jornalismo, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), e em Direito, pela Universidade de São Paulo (USP). Repórter e redator em órgãos da imprensa de São Paulo, retorna ao Pará em 2000, no posto de diretor de redação de “A Província do Pará”. Sua estreia literária acontece em 1999, com o romance "A Espera do Nunca Mais - Uma Saga Amazônica" (1.112 páginas, 3a. edição, Kotter Editorial, Curitiba, 2020), com o qual recebeu, em 2000, o Prêmio Lima Barreto/Brasil 500, concedido pela União Brasileira de Escritores (Rio de Janeiro). É também autor dos romances "A Noite é dos Pássaros" (Prêmio Lúcio Cardoso, da Academia Mineira de Letras, 2004), "A Mulher, o Homem e o Cão" (2008) e "Choro por ti, Belterra!" (2017), e do livro-poema "Ladrões nos Celeiros: Avante, Companheiros!" (2018). Conselheiro da União Brasileira de Escritores (UBE/SP). Membro efetivo da ALAS-Academia de Letras e Artes de Santarém (PA) e da ATL-Academia Taubateana de Letras (Taubaté-SP). Reside, atualmente, em Taubaté-SP. É articulista do Portal OESTADONET.