Memória de Santarém: A campanha de 1960 296xx
Aurélio do Carmo, Moura Carvalho e Newton Miranda -
Créditos: Arquivo/ Memórias do Pará
Conforme a tradição da época, a caravana que fazia a campanha dos candidatos da coligação PSD/PTB (Partido Social Democrático/Partido Trabalhista Brasileiro) às eleições de outubro de 1960, saiu diretamente do aeroporto para a Praça da Bandeira, onde se realizaria o “comício monstro” inaugural em Santarém. A massa humana ocupava todos os ângulos do logradouro, “derramando-se também pela Praça da Matriz”, para ouvir os oradores que se sucederam no palanque: Santino Sirotheau Corrêa, Elias Pinto, Océlio de Medeiros e Álvaro Paz do Nascimento.
Foi a vez então do candidato ao governo, Aurélio Corrêa do Carmo, e a vice, Newton Burlamarqui de Miranda. Encerrando o comício, já a uma hora da madrugada, discursou o governador Moura Carvalho. Começou então, “um animado show de canto e música folclórica, desempenhados por excelentes artistas”.
Os comícios do dia seguinte foram nas colônias de São José e Mojuí dos Campos. Acompanhando os candidatos, havia uma “completa ambulância de medicamentos, médicos, dentistas e enfermeiros”, para atender “numerosas pessoas doentes”. Coube aos dentistas um “trabalho estafante na extração de centenas de dentes de pessoas que para isso procuraram os profissionais”.
No domingo, a comitiva foi a Arapixuna inaugurar uma melhoria feita no local pelo governo do Estado: uma escadaria, “construída no ponto de desembarque”, fazendo as vezes de cais. De volta, a comitiva foi ao bairro da Aldeia para mais um comício, na Praça São Raimundo, onde falaram: Benedito Magalhães, Santino, Océlio de Medeiros, Elias Pinto, Manoel Moraes, Álvaro Nascimento, Ronaldo Campos, José Maria Matos, Newton Miranda e Aurélio do Carmo. O encerramento ficou novamente para o governador. E mais um show dos artistas da caravana.
O discurso de maior impacto foi o de José Maria Matos. Emocionado, ele denunciou o baixo expediente utilizado pelos seus adversários (e antigos correligionários) da Coligação, através de um boletim impresso “com ataques à honra do orador, que com sabedoria soube destruir o maquiavélico expediente”, garantiu O Jornal de Santarém.
José Maria disse que se retirou da coligação “saturado de sofrer decepções, ingratidões e gastar seu dinheiro com os espertos”. No PSD, sentia-se satisfeito, “trabalhando com lealdade para vencer”. Foi cumprimentado calorosamente por Moura Carvalho, que, às seis da manhã, 5 de setembro de 1960, deixou Santarém no vapor “Lauro Sodré”.
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