Memória de Santarém: Carta ao senador e foguetório baratista 1p613z
Propaganda de aniversário de Magalhães Barata -
Créditos: Jornal Opção
Carta do senador
Derrotado na eleição de 1950 para o governo do Estado, mas no exercício do mandato de senador, Magalhães Barata não deixava de cultivar seus eleitores e preparar seu retorno ao alto do poder, que aconteceria em 1955. Através do jornal do seu partido em Santarém, que publicou uma nota na primeira página conclamando os destinatários a buscar a correspondência, mandou carta para João Otaviano de Matos, Benedito Magalhães, Gonçalo Ferreira, Miguel Campos, Francisco Campos, Delfina Amorim, Delmira Coelho, Américo Almeida, Oscar Coelho, tenente Domingos Silva, I. J. Almeida, Mário Castro, Humberto Frazão, Edison Andrade, Manoel Coelho, Raimundo And rade, Arbelo Guimarães, Nicolau Balby Júnior, Antônio Carvalho, Ademar Guimarães, Alberto Meschede, Perpétua Rocha, Osman Bentes, Joaquina Pimentel, João Liebold, Joana Monteiro e Antônio Monteiro. Aos olhos do líder político, eram as lideranças “baratistas” no segundo maior colégio eleitoral do Estado.
Foguetório “baratista”
Em 2 de junho de 1952, Santarém teve que acordar mais cedo: um intenso foguetório, patrocinado pelo prefeito, Santino Sirotheau Corrêa, comemorava o aniversário do então senador Magalhães Barata. O médico Haroldo Franco reagiu com um artigo indignado em O Baixo Amazonas. Criticou o provável uso dos “já desfalcados cofres desta comuna” para custear a alvorada barulhenta, ainda mais porque “Santarém não conta com nenhuma obra, com nenhuma realização devida ao sr. Barata”.
Franco acreditava que o líder do PSD, o mesmo partido do prefeito, “morreu politicamente para os paraenses”. A comemoração, segundo ele, “reviveu na memória do povo noites negras de uma época de despotismo, quando o cangaço era a lei, quando a intranqüilidade entediava todos os espíritos, quando mães, esposas e irmãs aflitas, clamando em vão por justiça, choravam o filho, o esposo e o irmão tombados ao golpe brutal da capangada baratista”.
Mas Barata voltaria ao topo do poder, três anos depois.
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