A revolta de Jacareacanga w4w3z
O major Haroldo Veloso (esquerda) e o capitão José Chaves Lameirão, da Força Aérea Brasileira, líderes da rebelião -
Créditos: Memorial da Democracia
O navio presidente Vargas amanheceu em Santarém no dia 24 de fevereiro de 1956, mas não atracou no trapiche, permanecendo ao largo. A tropa do Exército, vinda de Belém para sufocar a revolta comandada pelo major Haroldo Veloso, que tentava derrubar o presidente Juscelino Kubitscheck, estava sob o comando do brigadeiro Antônio Alves Cabral.
Da tripulação faziam parte o coronel Márcio Menezes e o tenente-coronel Hugo Delaíde. No final da manhã chegou um avião C-47, vindo de Manaus, com tropa do 27º Batalhão de Caçadores. Os soldados foram distribuídos pelos bairros da Aldeia e da Prainha.
Aeronave C-47 parte de Santarém para combater
os revoltosos em Jacareacanga. O piloto, da Aeronáutica,
se uniria aos revoltosos, levando consigo o avião
No início da tarde do mesmo dia o Presidente Vargas continuou sua viagem para Itaituba, com a cobertura de duas corvetas da Marinha e aviões Catalina da FAB (Força Aérea Brasileira). Muita gente estava na beira do rio, acenando para os soldados.
O Capitão José Chaves Lameirão, que dividia a liderança do movimento com Veloso, simpático, arranjou uma namorada em Santarém.
O major Paulo Vítor da Silva, com seu co-piloto, o tenente Carlos César Petit de Araújo, não aderiu.
Veloso arrombou a sede do Tiro de Guerra, levando todas as armas que ali se achavam.
Foi para Itaituba, que nessa época tinha mil habitantes. O prefeito, Altamiro Silva, do PSD, se retirou antes da chegada dos revoltosos.
Veloso tinha inicialmente dois aviões, aos quais incorporou depois mais dois: o Douglas de Paulo Vítor, o Beechcraft do próprio Veloso, e dois aparelhos da Companhia Nacional, empresa sediada no Rio de Janeiro.
As pistas de Santarém, Itaituba e Jacareacanga foram obstruídas com tambores de gasolina, para impedir o pouso dos aviões do governo.
Derrotado , major Veloso é conduzido preso pelas tropas legalistas
Em Santarém operavam as companhias de aviação Panair, Lóide Aéreo e Cruzeiro do Sul.