Vazante do rio Tapajós 4e2b4u
Suspensão de transporte de cargas por balsas a partir de Miritituba, se ocorrer, deve aumentar tráfego de carretas na BR-163 rumo a Santarém 551714
Terminal graneleiro de empresa em Santarém poderá receber carga que não for descarregada no terminal da Cargill, no distrito de Itaituba
A estiagem que assola o oeste do Pará está impactando diretamente o transporte fluvial e pode agravar ainda mais a situação logística na região. Com a redução drástica do nível do rio Tapajós, o setor de agronegócio poderáa enfrentar dificuldades no escoamento de grãos, especialmente soja, por via fluvial.
Como resultado, o tráfego de carretas na BR-163, principal rota de transporte terrestre, deve aumentar nos próximos meses, se a estiagem se agravar e o nível do rio Tapajós atingir um estado crítico para a navegação. Com isso, o trânsito em Santarém, como aumento do fluxo de veículos de grande porte, vai afetar a mobilidade urbana.
Em Santarém, está localizado um dos maiores terminais de exportação de grãos. O porto da Cargill, regularmente, recebe soja por via fluvial, em balsas que descem o rio Madeira, nagegam pelo rio Amazonas, até Santarém. Uma parte dos gráos também é transportada pela Br-163. A empresa mantém também um entreposto de transbordo de cargas em Miritituba, cujas balsas se deslocam até Santarém. Se houver a suspensão da navegação no baixo rio Tapajós, essa carga deve se transportada por via rodoviária, o que vai aumentar o fluxo de carretas na Br-163.
Além disso, o transporte de calcário, que é feito por balsas, até Santarém, novamente seria substtuído pelo transporte rodoviário. Em novembro do ano ado, por exemplo, um porto foi improvisado para operar na orla do Maicá, em Santarém. O intenso tráfego desses veículos além de congestionamentos, causou destruição de calçadas, poste de emergia elétrica e fiação de rede de internet banda larga.
De acordo com dados da Agência Nacional de Águas(ANA), nos últimos quadro anos, o nivel do rio Tapajós vem apresentando acentuada queda, em Itaituba e Santarém.
Em 2021, em Santarém, o nível do rio Tapajós chegou ao seu ponto mais baixo com 4,70 metros; em Itaituba a régua marcou 4,26 metros. No ano seguinde, nessa mesma época, o nivel baixo para 4,28 metros e 3,74 metros, respectivamente. No ano ado, o rio Tapajós vazou até 2,26 metros em Santarém, e 2,08 metros, em Itatiuba. Este ano, com dados do último dia 24, o nivel do rio chegou a 1,01 em Santarém, e 1,06 em Itaituba, já abaixo da cota de alerta que é de 2 metros.
A seca está especialmente crítica no trecho entre Itaituba e Santarém, onde balsas e embarcações enfrentam dificuldades para operar devido à baixa profundidade. A impossibilidade de transportar grãos pelos rios forçará as empresas a recorrerem às estradas, aumentando significativamente o fluxo de carretas que transportam a safra até o porto da Cargill em Santarém.
A BR-163, que se estende por mais de 3,5 mil quilômetros, conecta o Centro-Oeste ao Norte do país, sendo um corredor logístico fundamental para o escoamento de grãos. A pavimentação da rodovia em território paraense foi um avanço importante para duplicar o volume de cargas, mas o aumento de carretas coloca em alerta tanto autoridades quanto a população local, preocupada com o impacto no tráfego e na infraestrutura rodoviária.
No ano ado, uma estiagem semelhante já havia causado um aumento expressivo no fluxo de veículos na BR-163, e o cenário deste ano pode ser ainda mais grave, com previsões de uma das secas mais severas na história recente da região Amazônia. Além de afetar o transporte, a estiagem traz consequências para o abastecimento de várias cidades da região, intensificando os desafios logísticos e econômicos.