Recuo lento das águas do rio Tapajós em Santarém pode estar relacionado ao fenômeno do repiquete 5c5t2w
Rio Tapajós tem nível oscilando para menos desde o início de junho -
Créditos: Portal OESTADONET
Em Santarém, oeste do Pará, o nível do Rio Tapajós apresenta recuo lento e irregular nas últimas semanas. O movimento das águas levanta a possibilidade de influência do fenômeno conhecido como repiquete, que pode adiar o escoamento definitivo da cheia.
De acordo com o boletim diário emitido nesta quarta-feira (4) pela Defesa Civil Municipal, com base na régua da Agência Nacional das Águas (ANA) instalada no porto da Companhia Docas do Pará, o nível do Tapajós chegou a 7,34 metros. Embora apresente uma leve redução em relação aos dias anteriores, o valor ainda está 1,10 metro acima da marca registrada nesta mesma data em 2024.
O levantamento histórico também mostra que o nível atual está 74 centímetros abaixo do registrado em 4 de junho de 2014 e 86 centímetros abaixo da cheia histórica de 2009, quando o rio atingiu marcas recordes que provocaram alagamentos em várias áreas ribeirinhas da cidade.
O recuo do rio começou no último dia 21 de maio, quando a régua apontou 7,41 metros. Desde então, o nível das águas vem caindo lentamente, oscilando entre 7,39 metros e 7,37 metros nos dias seguintes. Nos dois últimos dias, o recuo foi de apenas dois centímetros, ando de 7,36 metros na terça-feira (3) para 7,34 metros nesta quarta (4).
Apesar de a tendência ser de vazante, o ritmo mais lento no descenso pode ser indício da atuação do fenômeno do repiquete, caracterizado por uma elevação momentânea ou estagnação do nível das águas durante o período de vazante. Isso pode ocorrer por influência de chuvas nas cabeceiras dos rios ou mesmo pelo represamento das águas em razão de outros fatores naturais, como o vento e o nível do rio Amazonas, que ainda exerce influência sobre a calha do Tapajós.
As áreas alagadas na zona ribeirinha e as comunidades das ilhas ainda seguem com grande volume de água acumulada. Para as famílias dessas regiões, o ritmo da descida das águas é crucial para o início da recuperação das lavouras e a retomada de atividades de pesca e transporte.
A Defesa Civil segue monitorando o comportamento do rio diariamente e alerta que o período de cheia ainda não foi encerrado oficialmente.
O pico da cheia deste ano foi registrado no dia 21 de maio, com 7,41 metros. A expectativa, segundo especialistas, é de que o Tapajós entre em processo de vazante de forma mais consistente a partir da segunda quinzena de junho.