Moradores denunciam desmatamento irregular em manejo da Acorjuve em Juruti 616q33
Uma operação foi realizada nesta sexta-feira (23) no projeto de manejo florestal da Associação Comunitária Acorjuve, localizado na região do Juruti Velho, zona rural do município de Juruti, oeste do Pará. Após ação, surgiu uma série de questionamentos por parte dos comunitários, que denunciam a devastação da floresta. O projeto possui licenciamento ambiental concedido pela Semas, órgão estadual responsável pela regulação da atividade.
Apesar disso, moradores da região alegam não terem sido consultados ou informados adequadamente sobre o empreendimento e afirmam que os supostos benefícios prometidos pela associação não estão sendo percebidos pela comunidade.
Durante a fiscalização, vários comunitários relataram que não recebem qualquer tipo de ree financeiro relacionado à exploração dos recursos naturais em seus territórios. A principal reclamação gira em torno da falta de clareza por parte da Acorjuve sobre os valores envolvidos no contrato com a empresa responsável pelo manejo e sobre a destinação desses recursos.
Durante a fiscalização, os órgãos ambientais flagraram uma grande quantidade de madeira sendo retirada da floresta e transportada em balsas. Até o momento não foi informado se há irregularidade na exploração de madeira feita pela Acorjuve.
"Queremos saber para onde está indo esse dinheiro. A floresta está sendo explorada, mas o povo daqui continua sem ver nenhum benefício", afirmou um dos moradores que preferiu não se identificar.
A comunidade cobra da diretoria da associação mais transparência, a prestação de contas e a garantia de que os lucros oriundos da atividade sejam redistribuídos de forma justa entre os moradores da região. O clima é de desconfiança, e muitos exigem que novas reuniões sejam feitas com ampla participação popular antes que o manejo tenha continuidade.
A Semas ainda não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias, mas informou que acompanhará os desdobramentos da fiscalização e poderá reavaliar as condições da licença concedida caso sejam identificadas irregularidades.
A ação contou com a participação de representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), da Polícia Ambiental, da Polícia Militar e da Base Candiru.
O Portal OESTADONET tentou contato com a Prefeitura de Juruti e com a diretoria da Acorjuve, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para os esclarecimentos.