Seis dias após remoção de mangueira no centro de Santarém, garças aparecem mortas próximo ao local 1aj1j
Garças encontradas mortas na manhã deste sábado, na avenida Rui Barbosa, em Santarém -
Créditos: Portal OESTADONET
Seis dias após a remoção de uma mangueira que abrigava dezenas de garças na esquina da avenida Rui Barbosa com a travessa 15 de Novembro, no centro de Santarém, oeste do Pará, pelo menos quatro aves foram encontradas mortas na manhã deste sábado (3). As mortes ocorreram nas proximidades do local onde a árvore foi retirada em uma operação emergencial de manejo de fauna urbana, realizada no último domingo (27).
A morte das garças em menos de uma semana após o remanejamento levanta preocupações entre ambientalistas e parte da população. As causas das mortes ainda são desconhecidas, mas especialistas apontam que fatores como estresse, desorientação por deslocamento forçado e até mesmo envenenamento não estão descartados. Na Câmara, na semana ada, os vereadores Erasmo Maia e Gerlande Castro levantaram a suspeita que estaria havendo envenenamento de maguerias que abrigam garças.
Uma equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), esteve no local esta manhã, mas a prefeitura não confirmou se os técnicos coletaram amostras para exame laboratorial a fim de definir a causa mortis das aves, até o fechamento desta matéria.
Francileno Rego, biologo da Semma explicou que "trata-se de um fenômeno natural que pode ocorrer já que muitos filhotes ainda estão em formação e podem cair dos ninhos e não conseguem retornar aos galhos das árvores e por isso podem ser atropeladas pelos veículos e acabam morrendo".
No entanto, as imagens feitas pelo Portal OESTADONET mostram garças adultas mortas na calçada, e não no meio-fio da avenida Rui Barbosa, como sugere o biólogo da Semma.
A presença de garças no meio urbano vinha sendo alvo de críticas sobretudo em discursos de políticos locais ligados ao bolsonarismo, que classificavam a presença das aves como “problema urbano”. A retirada da árvore e o manejo das aves foram vistos por defensores do meio ambiente como uma resposta direta a essas pressões, com potencial prejuízo para a biodiversidade e para a imagem da cidade, que tem no ecossistema amazônico um de seus maiores patrimônios.
A ação de remoção de uma mangueira foi motivada por uma campanha feita por vereadores, sobretudo bolsonaristas, que defendiam a retirada imediata da árvore como forma de afastar as garças da área central da cidade. O argumento utilizado por eles era de que as aves causavam sujeira e incômodo à população e ao comércio local. A prefeitura sustenta que a mangueria, por estar morta, apresentava risco de tombar sobre veículos e pedestres.
Cerca de 24 aves, entre adultos e filhotes, foram resgatadas e levadas para uma área de várzea entre as comunidades de Urucurituba e Piracãoera de Baixo, considerada mais apropriada para o habitat das garças.