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Bispos reunidos, há mais de 50 anos, já alertavam sobre os perigos da ocupação e exploração não sustentável da Amazônia 725vk

Editor: Lúcio Flávio Pinto - Miguel Oliveira/Redator interino - 09/03/2025

Bispos reunidos em Santarém, no seminário São Pio X; à esquerda(assinalado), Dom Tiago Rayan, então bispo prelado de Santarém - Créditos: Arquivo/ https://www.ihu.unisinos.br/

 

 

 

Um encontro ocorrido, em Santarém, e um documento elaborado há mais de 50 anos, “marcaram a presença pastoral e profética da Igreja na Amazônia”. Assim definiu Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho (RO), sobre o “Encontro dos Bispos da Amazônia”, em maio de 1972.

 

O memorável "Encontro de Santarém" foi realizado de 24 a 30 de maio de 1972, lembrando as palavras do Papa Paulo VI, quem disse que “Cristo Aponta para a Amazônia”, que levo a Igreja da região a buscar as Linhas Prioritárias da Pastoral da Amazônia.

 

 

Foi o encontro que reuniu a grande maioria dos prelados da Amazônia Brasileira, que o Documento, assinado por 26 bispos e es diocesanos, considera “homens sensíveis aos problemas e aspirações dos homens e dos grupos humanos que ocupam o espaço amazônico”. Eles ressaltaram elementos que hoje, 50 anos depois, continuam vigentes, destacando a simplicidade, espontaneidade, fortaleza e religiosidade presentes numa região com uma cultura vinculada à amplitude da natureza.

 

 

E AS EDIÇÕES ANTERIORES DE MEMÓRIA DE SANTARÉM

 

 

Em 1972, os bispos já alertaram sobre as limitações e perigos da realidade da Amazônia, intuindo problemáticas que com o tempo foram se acentuando. Nessa conjuntura, a Igreja da Amazônia optou por “quatro prioridades e por quatro séries de serviços pastorais, à luz destas duas diretrizes básicas: Encarnação na realidade e Evangelização libertadora”.

 

 

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Daí surgiram propostas de formação de agentes de Pastoral, numa Igreja ministerial, para sacerdotes, vida religiosa e leigos, fundamentada na realidade local, visando a ação e o trabalho em equipe, sempre em contato com suas comunidades locais. Também foram propostas as matérias que deveriam fazer parte dessa formação, insistindo na reciclagem dos agentes.

 

No Documento de Santarém se fala da criação de Comunidades Cristãs de Base como “um dos objetivos primários da Pastoral Amazônica”. Seguindo o modelo de Medellín, são vistas como “o primeiro e fundamental núcleo eclesial” e como elemento fundamental para transformar o tipo tradicional de Paróquia. Assim aparece a proposta de “comunidades ambientais de base, como fermento no meio da massa”, para as cidades, superando as desobrigas nas zonas rurais e buscando que a comunidade “seja o fator propulsor do desenvolvimento integral do homem como sujeito de sua promoção”.




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