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Ministério Público solicita que testemunhas prestem depoimento em Ação de Investigação Judicial Eleitoral contra prefeito reeleito e vice 4x5s5h

PORTAL OESTADONET - 07/02/2025

Delegado Fonseca e Quinho Azevedo - Créditos: Reprodução/TSE/Arquivo

 


 

O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), se manifestou no âmbito da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) promovida por Gilberto Pereira Sarubi, candidato a vice-prefeito nas eleições municipais de 2024, solicitando que as testemunhas arroladas pelas partes prestem depoimento. A ação tem como alvo o prefeito José Willian Siqueira da Fonseca e o vice-prefeito Francisco Azevedo Pereira, conhecido como Quinho Azevedo, sob acusação de abuso de poder político e econômico.

 

A AIJE, em tramitação na 38ª Zona Eleitoral de Oriximiná, busca a apuração de práticas que, segundo alegações da parte autora, comprometeram a lisura do pleito eleitoral. Entre as irregularidades apontadas estão a distribuição irregular de cestas básicas, a instalação de redes de internet Starlink em comunidades em período vedado pela legislação eleitoral e a contratação de servidores temporários sem amparo legal.

 

De acordo com a ação, o prefeito José Willian Siqueira da Fonseca teria utilizado a máquina pública para angariar votos e influenciar a escolha do eleitorado. Uma das principais acusações refere-se à distribuição de cestas básicas durante o período eleitoral, amparada por um decreto municipal de emergência que não especificava claramente as áreas atingidas. A entrega dos benefícios teria ocorrido com ampla divulgação na mídia oficial e sob forte vinculação à imagem do gestor municipal.

 

Além disso, a instalação de antenas de internet Starlink em diversas comunidades ribeirinhas e rurais de Oriximiná também está no centro da investigação. Segundo o processo, algumas antenas foram instaladas durante a pré-campanha e outras já no período eleitoral, sendo que a senha de o ao serviço era "@Fonseca10", o que caracterizaria promoção pessoal e tentativa de influência direta sobre os eleitores.

 

O MP ressaltou a importância da oitiva das testemunhas para esclarecer os fatos e consolidar as provas das irregularidades apontadas na ação. Entre as testemunhas arroladas, destaca-se o ex-promotor de Justiça de Oriximiná, Carlos Fernando Cruz da Silva, que conduziu investigações in loco e constatou a ampliação da distribuição de benefícios e a instalação das antenas de internet em período vedado.

 

A ação requer, além da oitiva das testemunhas, a análise documental das medidas adotadas pelo prefeito durante o período eleitoral. O MPPA também solicitou que sejam verificadas as contratações de servidores temporários realizadas pela gestão municipal e a distribuição de benefícios eventuais sem respaldo legal.

 

Caso sejam confirmadas as irregularidades, os envolvidos podem enfrentar sanções que vão desde multas até a perda dos mandatos eletivos. A decisão final caberá à Justiça Eleitoral da 38ª Zona Eleitoral de Oriximiná.

 

Outro lado

 

A defesa do prefeito e do vice contesta as alegações, destacando que a distribuição de cestas básicas ocorreu dentro das disposições legais, amparada pelo Decreto Municipal nº 274/2024, que declarou estado de emergência devido à estimativa. Além disso, argumentou que o gestor comunicou anteriormente à Justiça Eleitoral sobre as ações de assistência social, demonstrando boa fé e transparência.

 

A defesa sublinha ainda que a decisão judicial inicial já indeferiu o pedido de suspensão da diplomação, reforçando a ausência de provas concretas de irregularidade.




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