E da próxima vez, Santarém? 4t6c72
Às 8 horas da manhã do dia 24 do mês ado (uma semana atrás), Santarém registrou o pior índice de qualidade do ar do planeta Terra. Ao alcançar AQI⁺ 581, segundo a Organização Mundial da Saúde, a concentração de PM2,5 no município superou 42,8 vezes o valor da diretriz anual de qualidade do ar da OMS 11.
No mês de novembro, o Pará registrou 43,8% de todos os casos de incêndio no país, mais do que o dobro do segundo colocado, o Maranhão, e um número superior ao total combinado de outros 14 Estados da federação nacional.
Nas últimas 48 horas, o Estado concentrou 50,6% dos focos de incêndio registrados no país, um número superior ao total observado em todos os outros Estados brasileiros com exceção do Maranhão, que ocupa a segunda posição.
O próprio órgão ambiental do Estado (Semas) já reafirmou que não tem quantitativo suficiente de profissionais para trabalhar na contenção dos focos de incêndios no Pará, principalmente em Santarém – onde não há sequer fiscais lotados. Também não há previsão para realização de concurso público para o setor ambiental. Neste ano, a escassez hídrica em Santarém foi agravada pela densa fumaça que, desde o final de outubro, tem assolado a região, intensificando os impactos dessa crise.
Esses dados e considerações, eu as extraí dos últimos parágrafos de um relatório que o Ministério Público Federal divulgou hoje. A impotência institucional, coletiva e individual é impressionante. A evolução desses índices africanos de agressão à natureza e à sociedade humana choca. Vai continuar assim? Os agentes inimigos, sobretudo os que tocam fogo na mata, vão permanecer invisíveis?
Como será da próxima vez?