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Prefeito de Santarém anuncia medidas urgentes para proteger a saúde da população; Nélio cobra Governo Federal 425x60

PORTAL OESTADONET - 24/11/2024

Créditos: Portal OESTADONET

 

 

 

A qualidade do ar em Santarém, no oeste do Pará, atingiu níveis alarmantes, colocando a saúde da população em risco. De acordo com a plataforma PurpleAir, o índice PM2.5, que mede a concentração de partículas finas no ar, chegou a uma média de 374 neste domingo (24), classificando a qualidade do ar como "perigosa", segundo o Índice de Qualidade do Ar (AQI).

 

A concentração de fumaça sobre a cidade tem causado grande preocupação, uma vez que esse nível elevado de poluição pode resultar em sérios problemas respiratórios, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com doenças preexistentes. O impacto ambiental e na saúde pública é imediato, e o cenário tem gerado uma série de medidas e declarações por parte das autoridades locais.

 

O prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, se pronunciou sobre a gravidade da situação e anunciou ações drásticas para combater a crise. De acordo com o prefeito, o município está vivendo uma situação de calamidade pública em relação à qualidade do ar, o que representa um risco iminente à saúde de todos os santarenos.

 

“Apesar de Santarém não figurar entre os 20 municípios com maiores focos de queimadas, conforme o ranking divulgado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, a fumaça proveniente desses incêndios está se concentrando sobre nossa cidade, atingindo diretamente a qualidade do ar e a saúde da nossa população. Por isso, estamos tomando medidas urgentes”, afirmou Nélio Aguiar.

 

O prefeito anunciou que tomará medidas junto ao Governo Federal e ao Governo do Estado para intensificar o combate às queimadas e a fiscalização dos crimes ambientais. Ele destacou que, embora Santarém esteja fora do ranking de municípios com maiores focos de incêndios florestais, a fumaça proveniente das queimadas em outras cidades da região tem impactado diretamente a cidade. 

 

Nélio Aguiar solicitou a presença das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança para atuar no combate às queimadas, além de pedir ao Governador Helder Barbalho que intensifique as ações de fiscalização no estado.

 

“Precisamos da ajuda do Governo Federal e do Governo do Estado para intensificar as fiscalizações e combater de forma mais eficaz os responsáveis por esses crimes ambientais. A Semma municipal não tem estrutura nem competência legal para fiscalizar incêndios em outros municípios, por isso, a colaboração das esferas superiores é essencial”, destacou o prefeito.

 

Após a divulgação do vídeo, a Prefeitura publicou o ofício n° 0679/2024, endereçado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, solicitando do Governo Federal a presença das Forças Armadas, bem como o envio urgente da Guarda Nacional, visando implementar políticas de combate as queimadas, inclusive as criminosas, que estão devastando o meio ambiente e causando graves problemas de saúde a toda população.

 

Além das medidas imediatas de fiscalização e combate às queimadas, Nélio Aguiar fez um apelo a nível internacional, direcionado a instituições que discutem a Amazônia em eventos como a COP29 e o G20. O prefeito pediu mais ação e menos discurso sobre a preservação da Amazônia, ressaltando a necessidade de investimentos concretos para apoiar os municípios na estruturação de suas secretarias de meio ambiente, no fortalecimento das brigadas de combate a incêndios e na revitalização de órgãos como o IBAMA, que, segundo ele, tem sido prejudicado pela redução de pessoal e recursos.

 

“É hora de agir de forma concreta e eficaz. O mundo precisa parar de apenas discutir sobre a Amazônia e começar a investir em ações reais. É necessário mais dinheiro para fortalecer as brigadas de incêndio, as secretarias municipais de meio ambiente e o IBAMA. Sem isso, o ciclo de crises que estamos vivendo, com fumaça e contaminação do ar, vai continuar”, afirmou o prefeito.

 

Por fim, Nélio Aguiar alertou para o fato de que, se medidas drásticas não forem tomadas agora, Santarém e outras cidades da região podem enfrentar novamente a mesma crise de qualidade do ar durante o próximo verão. “Se não fizermos algo agora, no próximo ano, estaremos enfrentando a mesma situação. Fumaça, poluição e prejuízos à saúde da nossa população”, concluiu.

 

O professor Lauro Barata, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), explicou que é impossível acompanhar a origem exata da fumaça que causa danos em Santarém, uma vez que ela é provocada pela junção de todos os focos registrados na região e em estados vizinhos.

 

Ele compartilhou um vídeo que mostra os focos de incêndio na Amazõnia, conforme o site Fire Information for Resource Management System (FIRMS), que distribui dados de incêndios ativos em tempo quase real para todo o mundo.

 

A situação de calamidade pública e o alerta sobre a qualidade do ar em Santarém vêm ganhando atenção em nível regional e nacional, com a população clamando por ações eficazes para garantir a proteção ambiental e a saúde pública. O cenário continua a ser monitorado pelas autoridades locais, que seguem buscando soluções para combater a poluição do ar e as queimadas na região.




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