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Acusados de executar ciganos em Santarém serão levados a júri popular 736h3g

PORTAL OESTADONET - 20/11/2024

 

 

 

O policial militar Erlon Max da Rocha Ferreira e o ex-PM, Edivanilson da Silva Moraes, além de Elvis Ventura dos Santos, e Erudilho Conceição Ramos, acusados de envolvimento no triplo homicídio e em duas tentativas de homicídio ocorridos no dia 28 de dezembro de 2023, em uma residência no bairro do Caranazal, em Santarém, oeste do Pará, enfrentarão julgamento pelo Tribunal do Júri.

 

A decisão foi proferida pelo juiz Gabriel Veloso de Araújo, da 3ª Vara Criminal de Santarém, no último dia 13, e teve o sigilo quebrado nesta terça-feira (19).

 

As vítimas dos suspeitos foram Ernizon Neres da Silva, Josafá Neres de Azevedo e Mateus Souza da Conceição, de 16 anos. Outras duas pessoas, José Mireu da Conceição e Ruan Barros da Silva, sobreviveram ao ataque, mas ficaram gravemente feridas.

 

De acordo com as investigações, cinco indivíduos invadiram a residência das vítimas e realizaram diversos disparos de arma de fogo. Dois homens morreram no local, enquanto o adolescente Mateus Souza da Conceição faleceu no hospital. As vítimas, pertencentes a uma família de ciganos, estavam morando no imóvel há cerca de um mês.

 

A fuga dos acusados foi realizada com o auxílio de um veículo, posteriormente identificado e periciado pela polícia, contribuindo para a elucidação do caso.

 

Em sua sentença de pronúncia, o juiz Gabriel Veloso destacou a gravidade dos crimes e a existência de qualificadoras que aumentam a pena, como motivo torpe e a utilização de meios que dificultaram a defesa das vítimas. "Reconheço a possibilidade de existência das duas qualificadoras, devendo elas ser apreciadas pelo Tribunal do Júri, juiz natural do caso", escreveu o magistrado.

 

Os acusados foram pronunciados com base nos artigos 121, §2º, incisos I e IV, do Código Penal Brasileiro, além de outros dispositivos legais relacionados a crimes hediondos, homicídios qualificados e tentativas de homicídio.

 

Todos os acusados permanecem presos preventivamente. O magistrado justificou a decisão citando a necessidade de garantir a ordem pública, evitar a fuga dos réus e preservar a instrução criminal. Segundo o juiz, "o delito gerou sérias conturbações na cidade, e a colocação dos réus em liberdade pode gerar descrédito ao Poder Judiciário".

 

O direito de recorrer em liberdade foi negado, e o processo seguirá para as etapas subsequentes, incluindo a intimação das partes e a organização do julgamento pelo Tribunal do Júri, que ainda não tem data para acontecer.

 

O crime chocou a população de Santarém, não apenas pela brutalidade, mas também pela suposta participação de agentes de segurança pública. A decisão do juiz Gabriel Veloso é vista como um marco no enfrentamento à violência policial e na busca por justiça para as famílias das vítimas.




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