Seca e queimadas se agravam em comunidades de várzea em Santarém; vídeo 54186y
Fogo ameaçou escola da comunidade; moradores reclamam dea fumaça e do calor -
Créditos: Portal OESTADONET
A região de várzea em Santarém, no oeste do Pará, enfrenta uma das piores crises ambientais dos últimos anos. A seca extrema e as queimadas têm deixando um rastro de destruição e sofrimento nas comunidades. No Arapemã, uma das localidades mais afetadas, o cenário é desolador: as chamas ameaçam residências, plantações, animais e até mesmo a escola local, colocando em risco a segurança e a saúde dos moradores.
Um vídeo registrado por comunitários expõe a gravidade da situação. Nele, é possível ver o fogo se alastrando rapidamente pela vegetação próxima às casas. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) enviou uma equipe ao local para combater os focos de queimadas e investigar denúncias de que os incêndios teriam sido provocados por ação humana.
Marinalva, agente comunitária de saúde do Arapemã, descreveu o desespero vivido pelos moradores nos últimos dias. “O fogo está queimando há três dias, mas ontem [sexta-feira, 15] a situação se agravou. As chamas chegaram muito perto das casas e da escola. Um imóvel chegou a ser atingido, mas conseguimos apagar o fogo com muito esforço. Só que o tempo seco e o vento forte fizeram com que as chamas continuassem”, relatou.
Além dos danos materiais, a comunidade enfrenta perdas irreparáveis. Diversos animais foram encontrados mortos, incluindo macacos, jacarés e camaleões. As plantações, que garantiam o sustento das famílias, foram completamente destruídas.
A fumaça intensa e o calor extremo têm afetado gravemente a saúde dos moradores, especialmente das crianças e dos idosos. “Muita gente ou mal, com dor de cabeça e irritação nos olhos. Algumas crianças até pareciam inchadas de tanto inalarem fumaça. Foi um sufoco que nunca tínhamos vivido antes”, contou Marinalva.
A situação chegou a tal ponto que algumas famílias abandonaram suas casas. "Aqui perto de casa tinha árvores lindas, filhotes de árvores que estavam nascendo. Agora está tudo queimado", lamentou.
Marinalva afirma que as queimadas não foram iniciadas pelos moradores do Arapemã. “Jamais faríamos algo assim. Somos nós que estamos sofrendo. Ontem foi terrível, mas graças a Deus ninguém ficou gravemente ferido. Agora, o que resta é lamentar pela destruição das árvores e pela vida perdida dos animais”, disse emocionada.
A Semma informou que está apurando as denúncias de queimadas criminosas e reforçando as ações de conscientização na região. No entanto, os comunitários pedem uma resposta mais efetiva para evitar que tragédias como essa voltem a ocorrer.
A crise em Arapemã é mais um reflexo da combinação de condições climáticas extremas e práticas humanas irresponsáveis, que tornam ainda mais vulneráveis as comunidades da região de várzea.
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