A paz política recusada v434y
Alacid Nunes, à esquerda, e Elias Pinto, quando desfilava em carro aberto por ocasião de sua posse na prefeitura de Santarém -
Créditos: Créditos: Portal OESTADONET/Arquivo
Logo depois de eleito prefeito de Santarém, com a maior vitória da história política do município, em novembro de 1966, pelo MDB, o partido da oposição, Elias Pinto visitou a sede de O Jornal de Santarém, que tinha como diretor responsável o adversário que acabara de derrotar, o deputado estadual (e ex-prefeito) Ubaldo Corrêa, da Arena.
Além de comunicar a sua eleição, Elias “externou o propósito de fazer um governo de paz e congraçamento, tendo em vista apenas o bem e o progresso da terra e para isso precisava e pedia a compreensão de todos os bons santarenos e o desarmamento dos espíritos da gleba tapajônica”, noticiou o jornal, em curta e discreta nota, arrematada com uma observação: “Ao agradecermos o gesto de urbanidade do sr. Elias Pinto, fazemos votos por sua profícua e progressista istração”.
Posse de Elias Pinto
Mas não foi o que aconteceu. Valendo-se e ter a maioria dos vereadores sob o seu controle e contando com o apoio total do governador Alacid Nunes, que Elias visitou em Belém, levando-lhe a mesma mensagem, Ubaldo conspirou para derrubar o adversário desde o fim da eleição, acabando por consumar o seu plano pessoal de poder.
Ubaldo Corrêa
Afastado o prefeito eleito. O governo militar decretou intervenção federal no município, Santarém aria 20 anos sem poder eleger o seu mandatário, que aria a ser biônico.
A urgência de solução
No final de maio de 1952 houve reunião, na sede provisória do Partido Social Progressista, para a formação de uma “frente democrática que se proponha defender, junto aos poderes competentes, a solução dos mais urgentes problemas de Santarém”.
Essa frente foi motivada pelo fato de a istração municipal “se mostrar completamente alheia aos problemas que nos afligem, na preocupação apenas de servir ao partido dominante em Santarém”. Entre os presentes, o vereador Alberto Castro, Haroldo da Cunha Franco, Elias Pinto, Gondberto Diniz, João Sarmento, Artur Brandão, Otaviano Matos. Adherbal Corrêa e Nestor Orlando Miléo.
A pauta de Sílvio Braga
Depois de participar do Congresso dos Municípios, no Rio de Janeiro, em 1953, como integrante da delegação da Assembleia Legislativa do Pará, o deputado Sílvio Braga se encontrou com o vice-presidente Café Filho. Pauta da reunião: hidrelétrica de Curuá-Una, escala de aviões em Almeirim, isenção pelo Instituto dos Marítimos para embarcações até 20 toneladas e ligação entre Santarém e Santos.