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Sargento PM alugou casa para matadores de família de ciganos; militar já transferido para Redenção teria formado milícia de segurança patrimonial em Santarém 5q4m4y

Portal OESTADONET - 22/10/2024

Sargento PM R. Junior - Créditos: Redes Sociais

 

 

 

Um dos crimes de execução mais chocantes ocorridos em Santarém, no oeste do Pará, em dezembro de 2023, teve a participação indireta do sargento PM Rosivaldo Aires Lima Junior, conhecido por R. Junior, até então lotado no 3º. Batalhão da Polícia Militar. Foi ele quem alugou a casa utilizada pelos matadores de três pessoas de uma mesma família de ciganos. No ataque, dois familiares também ficaram feridos.

 

Em desfavor de R. Junior também circulam informações extraoficiais que o militar atuava clandestinamente com segurança patrimonial na cidade, oferecendo vigilância armada, o que é proibido pelo regulamento disciplinar da PM.

 

O militar, que foi transferido para o quartel de Redenção, na última terça-feira(15), faltou ao serviço no quartel do 3º. BPM, no dia 16 de outubro, para fazer segurança particular durante visita a Santarém do casal Michele e Jair Bolsonaro. Por esse motivo ele responde a Processo istrativo Disciplinar(PAD) por transgressão disciplinar grave. 


 

A execução dos ciganos

 

O sargento R. Junior procurou a polícia depois da execução. Ele confessou que foi ado, na noite anterior aos crimes (27 de dezembro de 2023), por um homem interessado em alugar uma casa para ar a noite em companhia de mulheres que teria conhecido na orla da cidade. O militar alegou que não sabia da real intenção do inesperado inquilino, que teria conseguido seu contato telefônico por indicação de outro militar.

 

A polícia confirmou o esconderijo dos matadores a partir do depoimento o sargento R. Junior, prestado no mês de janeiro de 2024, após a prisão de Erlon Max da Rocha Ferreira, logo no início do ano, em Belém. O militar colaborou com a Polícia Civil como testemunha, tendo ajudado a titular do inquérito a confirmar a identidade de um dos quatro suspeitos do crime, o ex-policial militar Edivanilson da Silva Moraes.

 

A investigação foi realizada pela delegada Raíssa Beleboni, titular da Delegacia de Homicídios de Santarém e contou com apoio de equipes da Superintendência Regional do Baixo e Médio Amazonas, do Núcleo de Inteligência Policial (NIP) e do Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) do Baixo e Médio Amazonas.

 

A Polícia Civil, por investigações próprias, também prendeu o soldado Erlon Max da Rocha Ferreira e Elvis Ventura dos Santos, tio de Erlon.

 

Pelo motivo de ter colaborado voluntariamente com as investigações e não haver, naquela oportunidade, comprovação de sua participação na execução e tentativa de execução da família de ciganos, o sargento R. Silva não foi indiciado no inquérito policial, segundo apurou o Portal OESTADONET.

 

Por último foi preso Erudilho Conceição Ramos pelo envolvimento na intermediação do veículo usado no dia do crime. 

 

Foram executados Ernizon Neres da Silva, Mateus Souza da Conceição e José Neres de Azevedo, e ficaram feridos José Mireu Conceição e Ruan Barros da Silva.

 

O processo penal das mortes e tentativas de homicídios da família de ciganos tramita em segredo de justiça sob o comando do juiz Gabriel Veloso de Araújo, titular da 3ª. Vara Criminal da Comarca de Santarém, estando fase de alegações finais antes da decisão de pronúncia dos réus.

 

Segurança não tão clandestina

 

O Portal OESTADONET apurou que o sargento R. Silva supostamente fornecia serviços de vigilância armada através de uma “empresa” denominada Tin Eventos e Serviços, que não possui registro de pessoa jurídica(CNPJ) junto à Receita Federal. Essa empresa teria recrutado civis e militares para aturar como seguranças no interior de diversos estabelecimentos comerciais de Santarém, entre lojas de eletrodomésticos, sorveterias, hamburguerias e laboratório de análise clínica.

 

Militares ouvidos pelo Portal OESTADONET na condição de anonimato, revelaram que R. Silva teria usado sua condição de militar para, supostamente, conseguir os contratos. Em alguns casos, quando havia preferência por outra empresa de vigilância, legalizada ou não, o sargento supostamente fazia ameaça velada de que, se não fechasse o contrato com ele, algo negativo poderia ocorrer com o estabelecimento.

 

Antes de ser deslocado para o serviço ostensivo de patrulhamento e guarda do quartel do 3º.BPM, o sargento R. Junior atuava no serviço reservado da PM, de onde teria sido removido em meio a boataria sobre vazamento de informações.

 

Procurado, o comando regional da PM, com sede em Santarém, informou que não vai se manifestar sobre a saída do sargento R. Juinor do serviço reservado da copporação e nem sobre as condutas irregulares supostamente praticadas pelo militar em desacordo com as normas e regulamentos militares.

 

Sobre a transferência do militar para Redenção, o comando do R-1 informou que o assunto deve ser tratado junto ao comando geral da PM, em Belém.


A reportagem procurou o sargento R. Silva, mas foi informada que o militar já viajou por via rodoviária até Redenção.




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