Nível do rio Tapajós atinge marca crítica em Santarém e preocupação população ribeirinha 582g5u
Orla da cidade de Santarém nesta quarta-feira(9) -
Créditos: Portal OESTADONET. 09.10.2024
O nível do rio Tapajós, em Santarém, oeste do Pará, diminuiu significativamente, atingindo a marca de 15 centímetros nesta quarta-feira (9), conforme medição realizada pela Defesa Civil do município, na régua da Agência Nacional das Águas (ANA), localizada no porto da Companhia Docas do Pará (CDP). O novo boletim divulgado revela uma redução alarmante de 55 centímetros em relação ao mesmo período de 2023, agravando ainda mais a situação de estiagem que a região enfrenta.
O recuo atual do Tapajós é maior que no mesmo registrado nos anos de seca severa. Em 2023, por exemplo, o rio chegou a marcar 70 centímetros, uma diferença expressiva quando comparado aos 15 centímetros atuais. Em 2015, o nível do Tapajós marcou 3,70 metros. E em 2010, em outra seca histórica, o nível do rio ficou em 1,34 metros, ou seja, 1,13 metros acima da marca atual.
Além disso, o relatório aponta que a cota de alerta, imposta em 2,10 metros, foi ultraada em qualidades com larga margem, evidenciando a gravidade do cenário. No último dia 2, o nível do Tapajós registrou 30 centímetros, mostrando uma queda rápida e contínua.
A estiagem prolongada tem causado impactos significativos na vida da população ribeirinha e nas áreas urbanas que dependem do rio para atividades econômicas, como transporte de mercadorias, turismo e abastecimento de água potável. Moradores das áreas mais isoladas enfrentam dificuldades extremas para realizar o transporte fluvial, com muitas embarcações ficando encalhadas em regiões que antes eram navegáveis. A captação de água potável também se tornou um desafio, forçando as famílias a buscarem soluções alternativas para o consumo diário.
A expectativa é de que as condições climáticas possam agravar ainda mais a situação nas próximas semanas. As autoridades locais estão em alerta, monitorando o comportamento do rio e buscando estratégias emergenciais para minimizar os impactos sociais e econômicos decorrentes da seca.
Especialistas apontam que as características podem estar relacionadas às alterações climáticas mais amplas, como o El Niño, que contribuiu para mudanças significativas no regime de chuvas na região Norte do Brasil, afetando o ciclo hidrológico dos rios. Enquanto isso, a população ribeirinha vive momentos de incerteza, tentando se adaptar às novas condições impostas pela estiagem severa.