Nível do Rio Tapajós atinge medição crítica devido à seca severa c5o36
Orla da cidade Santarém. 18.09.2024 -
Créditos: Portal OESTADONET
Nesta sexta-feira (27), a situação do rio Tapajós em Santarém, no oeste do Pará, atingiu um nível preocupante, com a régua marcando apenas 51 centímetros de profundidade. De acordo com o último Boletim Diário da Defesa Civil, isso representa uma queda expressiva em comparação com os 64 centímetros registrados no dia anterior. O rápido recuo das águas preocupa as autoridades e a população ribeirinha, já que o rio está agora 1,29 metros abaixo do nível observado no mesmo período de 2023.
Ao analisar dados históricos, a situação se torna ainda mais alarmante. Comparando com o ano de 2015, o nível atual está 4,33 metros abaixo. Em relação ao ano de 2010, o Tapajós está 1,36 metros mais baixo. Esses números mostram que a seca na região está sendo uma das mais severas dos últimos tempos, aproximando-se perigosamente da cota de alerta, que é de 2,10 metros.
O monitoramento do rio Tapajós é realizado diariamente pela Defesa Civil, que utiliza a régua instalada no porto da Companhia Docas do Pará (CDP), em conjunto com a Agência Nacional de Águas (ANA). Esse controle é crucial para alertar as autoridades e a população sobre possíveis agravamentos da situação e para planejar ações emergenciais.
Faixa de areia no cais de arrimo de Santarém neste sábado(28)
Em 2022, nessa mesma data, o rio estava com um nível de 1,80 metros, ou seja, atualmente o Tapajós está 1,29 metros abaixo desse ponto, o que revela a gravidade da seca neste ano. Esse fenômeno já afeta a navegação, o abastecimento de água em algumas comunidades e a atividade econômica, especialmente nas áreas ribeirinhas, que dependem do rio para transporte e pesca.
As mudanças climáticas e a intensificação de períodos secos vêm sendo apontadas por especialistas como fatores que agravam a situação dos rios da Amazônia, incluindo o Tapajós. A expectativa é que, caso o nível continue a cair, novas medidas de emergência possam ser acionadas para minimizar os impactos na população local.
A seca prolongada, além de reduzir os níveis dos rios, afeta também a biodiversidade aquática e coloca em risco o sustento de muitas famílias que dependem diretamente do rio Tapajós. O abastecimento de água em algumas regiões pode ser comprometido, e a dificuldade de navegação pode isolar comunidades, dificultando o o a serviços básicos.
As autoridades seguem atentas e em constante monitoramento para tomar as medidas necessárias de forma ágil, caso a situação se agrave ainda mais.