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Vazante do rio Tapajós se aproxima do ponto crítico para o escoamento de grãos entre Itaituba e Santarém 1o4mv

Portal OESTADONET - 20/09/2024

 

 

 

A seca no Rio Tapajós, especialmente no trecho entre Itaituba, no sudoeste do Pará, e Santarém, na foz do rio Amazonas, continua preocupando as autoridades e a população local. O nível das águas tem oscilado de maneira crítica,  apesar de um aumento de 5 cm registrado recentemente.

 

Comparando os níveis com o mesmo período de anos anteriores, a situação atual revela o agravamento da seca. Em Itaituba, o Rio Tapajós está marcando apenas 1,25 metros, enquanto em Santarém o nível chega a 1,31 metros, índices alarmantes para essa época do ano. O Rio Amazonas, por sua vez, atingiu 2,59 metros, evidenciando o efeito da vazante generalizada na região.

 

Nas últimas semanas, a seca tem comprometido significativamente o transporte fluvial, uma das principais vias de escoamento de grãos e outros produtos na região. O calado das embarcações, ou seja, a profundidade necessária para que possam navegar com segurança, tem diminuído consideravelmente, obrigando balsas e barcos a operarem com apenas 30% a 50% de sua capacidade de carga. Essa redução pode tornar o transporte economicamente inviável, além de aumentar os riscos de acidentes nas rotas, devido ao surgimento de pedras e bancos de areia.

 

O impacto dessa seca é sentido não apenas no Tapajós, mas também em outros rios importantes da região amazônica, como o Amazonas e o Madeira, que têm registrado vazantes significativas. 

 

Conforme os dados diários das réguas de medição, várias regiões do Tapajós têm registrado recuos expressivos no nível das águas. Em Itapaiuna, o rio, que no dia 8 de setembro estava com 4,10 metros, caiu para 3,10 metros nesta quarta-feira (18). Em outras localidades, como a Ilha das Pacas e Monte Cristo, as águas recuaram entre 20 cm e 90 cm em relação às medições feitas na semana anterior.

 

A redução drástica dos níveis dos rios tem implicações diretas na economia da região, especialmente para o transporte de grãos e outras mercadorias.

 

 

 

 

 

 

Em locais como Miritituba, distrito de Itaituba, a navegação de balsas já está se tornando inviável, com os produtores temendo interrupções no escoamento das colheitas. A diminuição da navegabilidade afeta diretamente o custo de transporte, além de ameaçar a segurança das operações logísticas.

 

Do ponto de vista ambiental, a seca prolongada também tem provocado mudanças significativas nos ecossistemas locais, com a exposição de grandes pedras e bancos de areia. Essas alterações, além de afetarem a fauna e a flora, aumentam o risco de acidentes e dificultam a navegação de embarcações de todos os portes.

 

Enquanto aguardam um possível repiquete, as comunidades da região seguem monitorando de perto o comportamento dos rios, na esperança de que as águas voltem a subir e aliviar a pressão sobre o transporte e as atividades econômicas no Tapajós.




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