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Munduruku sofrem com seca severa e avanço de queimadas de garimpos ilegais; veja vídeo 6b135z

Portal OESTADONET - 03/09/2024

Créditos: Reprodução de imagem do vídeo feio pelo Coletivo Audiovisual Indígena Wakoborun

 

 

Os povos indígenas Munduruku, que habitam o alto rio Tapajós, na região de Jacareacanga, no oeste do Pará, enfrentam uma situação crítica devido à combinação devastadora de seca severa e avanço das queimadas causadas pelos garimpos ilegais. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, uma indígena Munduruku descreve o cenário catastrófico em seu território, revelando o sofrimento causado pela estiagem, que secou rios e igarapés, e pelo desmatamento gerado pelas queimadas e atividades de mineração clandestina.

 

As imagens, divulgadas pelo Coletivo Audiovisual Indígena Wakoborun nesta segunda-feira (2), mostram a gravidade da situação. Rios como o Marupa e o Kabitutu, que antes sustentavam a vida na região, agora estão reduzidos a leitos de barro, sem água, vítimas da degradação provocada pelo garimpo ilegal. "O rio que a gente nunca imaginou que ia secar, mas secou", relata a indígena, em uma declaração carregada de dor e aflição.

 

 

 

 

Os impactos da seca são visíveis em todo o território Munduruku. Os animais, sem água, estão morrendo, e os alimentos também estão cada vez mais escassos, agravando a crise alimentar nas comunidades. "Estamos ando por algo que nunca imaginamos ar dentro do nosso território. É muito triste ver isso, nosso coração não é forte pra ver isso", lamenta a indígena.

 

Além da seca, o avanço do garimpo ilegal contribui para a contaminação dos rios restantes, prejudicando ainda mais a subsistência das comunidades. A falta de água potável se tornou uma realidade preocupante, com poços secando e a dificuldade de viajar pelos rios, que antes eram vias de transporte essenciais para os Munduruku.

 

O vídeo serve como um alerta urgente para a situação crítica enfrentada pelos Munduruku e outros povos tradicionais do Alto Tapajós. Eles clamam por atenção das autoridades e da sociedade, pedindo medidas imediatas para combater os garimpos ilegais e o conter o avanço das queimadas na região. “Não dá pra normalizar nem a cultura do ilegalismo, nem a contradição de vivenciarmos estresse hídrico na maior bacia de água doce do mundo", conclui a mensagem do coletivo.

 

Assista ao video

 

 

 

A situação dos Munduruku no Alto Tapajós é um reflexo das mudanças climáticas e da degradação ambiental que afetam cada vez mais os territórios indígenas.




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