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Memória de Santarém: Exército x Igreja em 1979; projeto do novo porto(1968); anúncios 6sk6r

Lúcio Flávio Pinto - 04/08/2024

Porto da CDP em construção - Créditos: Blog Sidney Canto

 

 

 

Militar denuncia a Igreja

 


Em abril de 1979, o coronel Aldo Pinheiro Rangel, comandante do 8º BEC (Batalhão de Engenharia de Construção) do Exército, sediado em Santarém, no Pará, denunciou a existência de “infiltração estrangeira” na região do Tapajós. Apontou como responsável o bispo local, d. Tiago Ryan, americano, e os sacerdotes da diocese.

 

Segundo o militar, os religiosos “desenvolvem princípios negativos na mente da população”.
 

Imediatamente a Regional Norte II da CNBB divulgou uma nota oficial em apoio ao bispo e aos padres, dizendo que o militar deveria denunciar empresas estrangeiras que “devastam a região e a ocupam em função de seus próprios interesses econômicos e aumento de seus lucros”. Defendeu também a “missão da Igreja”.

 

 

O novo porto

 


Em 1968, Santarém tinha 111 mil habitantes e mil veículos em circulação pelas suas ruas, quando o DNPVN (Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis, órgão do Ministério dos Transportes) concluiu os estudos e o anteprojeto do novo porto da cidade, conectado ao sul do país pela rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163). O estudo observa que na área selecionada havia uma carreira naval e uma pequena oficina de reparação de navios.


Para a melhor execução das obras, era muito útil haver “um morrote [a muito popular Serra Piroca] no prolongamento do eixo da pista do aeroporto e que todos desejam remover”. Esse desejo iria favorecer o seu aproveitamento para aterro.

 

 


 

 

O local escolhido para o porto tinha fundo estável e não era atingido por sedimentação. A variação anual do nível das águas era de 8 metros.


O retroporto ficaria em frente à rua Joaquim Rodrigues para a implantação “do possível e desejável complexo industrial da região”, na margem direita do rio Amazonas.

 

 

O comércio de Santarém

 

Alguns dos mais destacados anúncios das Páginas Amarelas da lista de s de telefone de Santarém 1963:


-Casa Castelo, de Antônio Carneiro da Cunha, na rua João Pessoa.


- Usina São Jorge, de beneficiamento de arroz, rua Benjamin Constant

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- Oficina São Jorge, de José Nazareth da Costa Machado (Machadão), rua Galdino Veloso.


- Bar Mascote, de M. Meschede, rua João Pessoa (“o recanto encantado da cidade à beira mar”).


- Café Santo Antônio, de Antônio Pereira Duda, rua do Imperador.


- Café Amazônia, de Ciro Saraiva de Lima, avenida São Sebastião.


- Sapataria Primor, de Maurício G. Castanho, rua Benjamin Constant.


- Correaria e Sapataria Cearense, de Tertuliano C. de Souza, travessa 15 de Agosto.


- Centro Recreativo, “sociedade cultural, artística, dançante”, praça da Bandeira.


- Alberto Castro, “clínica de criança e adulto, dentaduras anatômicas, serviços protéticos em geral”, avenida Adriano Pimentel.


- Guilherme Imbiriba Lisboa, despachante estadual em geral, avenida Barão do Rio Branco.


- Ginásio Batista de Santarém: “mantém cursos primário, issão e ginasial, métodos modernos de pedagogia, ensino prático e objetivo”, avenida Mendonçla Furtado.




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