Marina Silva ouve críticas de servidores em greve, relembra perseguição de Bolsonaro e defende avanços ambientais do governo Lula f14i
Ao lado de Svenja Schulze Ministra de Desenvolvimento Economico e Cooperação da Alemanha, Marina Silva inaugura sede do ICMBIO; grevista lê carta; ministra do meio ambiente e presidente do ICMBio ouvem leitura do documento -
Créditos: Portal OESTADONET.19.07.2024
A Ministra de Meio Ambiente Marina Silva comentou nesta sexta-feira (19) a greve dos servidores do IBAMA, ICMBio e Serviço Florestal Brasileiro, que afeta a gestão federal do setor de meio ambiente. O pronunciamento ocorreu durante a inauguração da sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Santarém, no oeste do Pará. Na ocasião, a ministra falou a respeito das reivindicações e as dificuldades enfrentadas em meio ao sucateamento das Instituições Federais ocorridos em gestões anteriores, além de fazer um comparativo entre a gestão do ex-presidente Bolsonaro e a atual gestão do Presidente Lula.
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Diversas manifestações de servidores do Comando Nacional de Greve da Carreira Ambiental Federal foram divulgadas em carta aberta, onde relatam revolta e decepção com o Governo Federal, a quem foi atribuída certa morosidade em negociar com a categoria. O documento foi lido por um servidor do ICMBio. A ministra ouviu atentamente às críticas ao sucateamento das bases dos órgãos ambientais federais, a falta de pessoal e os baixos salários e a falta de progessão funcional das categorias.
“Sempre recebo com muito respeito e atenção pelos servidores. Não é algo fácil de se recompor da noite para o dia em situação de contenção de recursos como a que temos, mas isso é um prioridade e temos nos empenhado e o presidente Lula tem trabalhado para fazer essas reparações”, disse Marina.
Um dos grevistas exibia um cartaz com os dizeres: '"1.000 km2 para cada fiscal do ICMBio cuidar".
Marina reconheceu o défict de servidores para o setor ambiental e a necessidade de realização de novos concursos. Segundo o presidente do ICMbio, Mauro Oliveira, um novo concurso público está previsto para ser realizado até novembro. Serão 400 novas vagas.
“Quando eu saí há 16 anos atrás, deixei 1.700 fiscais. Quando voltei, só haviam 700 fiscais. Já chamamos que estavam na reserva, antecipamos 400 vagas e conseguimos que tenhamos concurso para o Ministério, que já está acertado com a ministra Ester (Esther Dweck- ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) e o presidente Lula”.
Marina destacou que reuniu com a ministra Esther Dweck, da pasta de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos em busca de uma solução para a crise. No final de junho, o referido ministério anunciou o fechamento da mesa de negociação com a área ambiental, sem acordo. Esse foi o estopim para a deflagração da greve.
“Obviamente, a ministra tem suas limitações, mas tem sensibilidade para que a gente encontre um caminho. O que não posso é fazer populismo, dizer que vamos resolver em um ano tudo o que foi reprimido durante 10 anos, inclusive a liberdade de livre manifestação que não existia. Incluindo o assédio e perseguição a técnicos par que não desse seus pareceres.
Ainda durante o discurso, Marina destacou o sucateamento das Instituições públicas de um modo geral. Relembrou os ataques feitos pelo ex-presidente presidente Bolsonaro e a desmobilização do setor ambiental que atingiu o IBAMA e o ICMbio e a retomada da criação de novas unidades de conservação e terras indígenas, que estiveram paradas no Governo anterior.
“A situação não é a mesma do governo do Bolsonaro. É uma questão de justiça com o governo do presidente Lula. Por mim o compromisso é orgânico, se eu pudesse , eu daria o maior aumento. Na nossa gestão há transparência, respeito, empenho e reconhecimento dos programas, porque não somos negacionistas, nem climáticos, nem democráticos e nem do ponto de vista dos problemas gerenciais que precisam ser resolvidos”, concluiu.