Memória de Santarém 1872-1876 : navegação a vapor, madeira grossa e falta de urinol mata f5z3l
Navios movidos a vapor que trafegavam no rio Amazonas e afluentes no final do século XIX, no porto de Manaus(AM) -
Créditos: Livor Manaus – entre o ado e o presente, de autoria de Durango Duarte
De navio até o Peru
Uma vez por mês o vapor Teixeira e Roiz [Rodrigues] saía de Santarém para uma longa viagem até Iquitos, no Peru. Fazia escala “por grande número de portos do Baixo e Alto Amazonas. O representante da firma em Santarém era Antônio José da Silva e Souza & Comp., que estava “autorizado a fazer diferença de 10% nas agens de ida e volta”.
A companhia garantia “o bom tratamento nas cargas e ageiros que é próprio do comandante e sócio do mesmo vapor o distinto cavalheiro o sr. Joaquim José Teixeira”.
Lenha para os vapores
O mesmo Antônio José da Silva e Souza publicava anúncio manifestando o interesse em comprar lenha posta na sua fábrica de cal denominada Santa Ana ou a bordo do patacho Afonso. Ele compraria “toda e qualquer porção de boa lenha para combustível de vapores pelo avultado preço de 30$000 [30 mil reis] ao milheiro”.
Ações da companhia de navegação
Quem quisesse vender 16 ações da Companhia Fluvial Alto Amazonas [fundada em Manaus, em 1866, por Alexandre Brito Amorim] deveria dirigir-se à tipografia do jornal Baixo-Amazonas, “que achará com quem tratar”.
Muitíssimas e grossas madeiras
Em 1876, José Inácio da Mota, “abastado fazendeiro” no jacaré-capa. Comunicou que o furo Cacoal Grande, na boca que dá saída para o rio Amazonas, estava “completamente tapado por muitíssimas e grossas madeiras”. O fazendeiro achava que as madeiras deviam ser de uma indústria instalada no local.
Falta de urinol mata
Acidente sofrido por Artur, de 10 anos, em 1876, revelou “circunstâncias tristíssimas a que são condenados os meninos” que estudam no Seminário maior da Imaculada Conceição. O seminário não possuía urinol nos dormitórios, por não ser considerado “decente”.
As crianças se levantavam à noite “e, tontas de sono, vão urinar de uma janela que dá para um precipício de muitos pés de altura”. Na queda, Artur fraturou um braço em duas partes e morreu dias depois.
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