Memória de Santarém: De táxi, por toda a cidade; Americanos mapeiam a região; Líderes estudantis 23o4f
Benedito Monteira, ao lado do então presidente João Goulart -
Créditos: Arquivo? Acervo da família Monteiro
De táxi, por toda a cidade.
A mais cara corrida de táxi em Santarém, em 1960, era para a Santarém Industrial e o Igarapezinho, que custava 300 cruzeiros, o mesmo valor tabelado para o percurso do ponto de estacionamento, no centro da cidade, para o Seminário, na “Estrada de Rodagem”, a única então existente. Depois, o maior preço, de 250 cruzeiros (a moeda da época), era para a Valorização (SPVEA), FAO (o órgão da ONU que tinha uma base de pesquisa florestal e exploração madeireira), I. B. Sabbá e Instituto Agronômico do Norte (atual Embrapa).
O primeiro carro de aluguel de Santarém, pertencente a Vidal Bemerguy nos anos 50 / 60. O preço da corrida era combinada entre o ageiro e o motorista.
A foto foi tirada por Vidal Bemerguy em dia de uma chuva intensa. Local: Travessa 15 de Novembro. Fonte: Sidney Canto
Custava Cr$ 150 ir à travessa 2 de Junho, ao Pirro, aeroporto, Brama Bar e ao Vai-Quem-Quer. Por Cr$ 100 o táxi ia ao Barreiros, Vira-Volta, travessa Santa Cruz, usina de algodão e Latada. Por Cr$ 80 à usina de arroz dos Miléo. Para a prefeitura municipal, a igreja de São Raimundo e adjacências, na Aldeia, eram Cr$ 60. E ficava em Cr$ 40 ir ao Sesp e à Casa de Saúde São Sebastião.
Táxi fretado por uma hora para casamento, comercial com propaganda e no perímetro suburbano custava Cr$ 500, enquanto saía por Cr$ 400 o eio no perímetro urbano e Cr$ 300 a hora parada por conta do ageiro, conforme a tabela de preços fixada pelo delegado de polícia, major Itamar Azevedo. A tabela itia preço a contratar entre as partes para Cambuquira, Mapiri, CBA, São José, Morada Nova, Mojuí dos Campos, Belterra, Alter do Chão “e outros lugares que hajam estradas para o interior”.
Em 1961, os motoristas de praça avisavam a instalação do telefone 517, pertencente à classe, que lhes permitia atender “qualquer pedido de transporte a qualquer hora do dia ou da noite, visto que haverá sempre à noite dois carros de plantão para qualquer eventualidade”.
Americanos mapeiam a região
Em abril de 1961, os santarenos ficaram curiosos com o aparecimento de um helicóptero estrangeiro, que ou a fazer voos a partir da base montada no antigo aeroporto da cidade. De comentários reservados, a notícia se espalhou em muitos boatos e chegou ao plenário da Assembléia Legislativa, em Belém, e às autoridades.
Benedito Monteiro, em primeiro plano, com o presidente João Goulart
O deputado Benedito Monteiro, representante de Alenquer, denunciou que o aparelho estava clandestino. Mas o responsável pelo comando da 1ª Zona Aérea, coronel (depois brigadeiro) João Camarão Teles Ribeiro, tratou de esclarecer que o helicóptero tinha autorização legal para ficar no Brasil, concedida em 1952, quando Getúlio Vargas ainda era o presidente da república.
O aparelho estava executando parte de um extenso programa do Serviço Geodésico Interamericano dos Estados Unidos, de acordo com o governo brasileiro, para preparar mapas topográficos e cartas aeronáuticas das Américas.
Um oficial americano chefiava a equipe encarregada da instalação de uma estação de rádio na cachoeira do Maicuru, em Monte Alegre, 120 quilômetros a leste da cidade. Ela seria um dos pontos de referência para um trabalho que duraria seis meses, envolvendo o governo americano e a FAB, em Belém, como parte do acordo entre os dois países: a elaboração de novos mapas da América do Sul, mais precisos do que os anteriores. A área amazônica seria coberta por várias outras estações. O missionário batista da Missão Equatorial do Baixo Amazonas, Bruce Oliver, serviu de intérprete para o militar americano.
Líderes estudantis
José Bonifácio de Andrade Sena. Foto: Acervo ICBS
A União Democrática venceu a eleição para a Diretoria da Associação dos Estudantes Secundaristas de Santarém em 1961. O presidente eleito foi Antônio Pereira, da Escola de Comércio, e o vice, Ítalo Fernandes (do Ginásio Dom Amando); 1º secretário, Mirasselva Pinto Corrêa (Escola Normal); 2º secretário, Mariúza Nadler; 1º tesoureiro, Manoel Emílio; 2º tesoureiro, Emanuel Bassu; orador, José Bonifácio Sena; bibliotecária, Júlia Harada. O presidente que ou o cargo era Benedito Guimarães e o anterior, Aldo João Ferreira.
LEIA EDIÇÕES ANTERIORES DE MEMÓRIA DE SANTARÉM CLICANDO AQUI