Memória de Santarém: o dono de cervejaria e inventor; a festa do Tapajós Yole Club 454k
Maximino de Miranda Corrêa, engenheiro civil e gerente fundador. -
Créditos: Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Inventor santareno
Em 1923, transitou pela cidade, a bordo do paquete João Alfredo, com destino a Manaus, o engenheiro paraense Luiz Maximino Miranda Corrêa, coproprietário as Fábrica de Cerveja Amazonense, nascido em Santarém.
Ele foi ao Rio de Janeiro para participar da Exposição do Centenário, comemorativa aos 100 anos da independência do Brasil. Na presença de autoridades e dos sócios do Aero Clube Brasileiro, Maximino realizou experiências com um aparelho que inventou para dar estabilidade automática aos aeroplanos.
O engenheiro estava acompanhado pela sua “gentilíssima filha”, Eunice Corrêa, “que vem de fazer um brilhante curso de piano, tendo dado em Belém uma magnífica audição no Teatro da Paz”.
Tem gado bravo na rua
Leitor anônimo, indignado, relatou ao jornal A Cidade que um garrote bravo, ao ser desembarcado, em pleno centro da cidade, se desgarrou de quem o conduzia, saiu “em vertiginosa carreira” pelas ruas, derrubando “uma inexperiente menina”, filha do vogal (vereador) Aureliano Imberiba”, a machucando.
O missivista pedia providência da prefeitura para acabar, “de uma vez para sempre, com tais abusos, do contrário teremos de lamentar a morte de qualquer pessoa pelo chifre pontiagudo de uma rês brava, somente porque os srs. proprietários desses animais, acostumados a desrespeitar leis, entendem que a cidade é uma praça de touros”.
Felisberta leva madeira
Lugre, navio à vela, semelhante ao Felisberta, fazia transporte de cargas para Portugal
Notícia de jornal: “Com os porões atestados de madeira desta região, zarpou anteontem ao costado do Nilo Peçanha o lugre português Felisberta, que se destina a Portugal”.
Terrenos aforados
A secretaria da intendência (prefeitura) municipal precisou convocar por edital pessoas que requereram terrenos aforados mas ainda não haviam retirado os títulos expedidos. Eram Hildebrandina Almeida, Raimundo Alves da Costa, filhos de Genésio Braga, herdeiros de Maria de Souza Leal, Josefa Maria Corrêa, Alfredo Nunes do Vale, Alfredo Bentes dos Santos e Ana Franco Sarmento.
A fazenda do barão
Foi posto à venda em hasta pública o imóvel pertencente aos filhos menores do falecido Francisco Caetano Corrêa e de sua esposa, Anésia da Silva Corrêa. Era uma sorte de campos e terras firmes, medindo 1.275 braças de frente, com duas léguas de frente, situada na sesmaria São Vicente, no Lago Grande da Franca.
Lago Grande de Franca
Nessa área foi formada a fazenda de criação denominada Carmo, que pertencera ao então já falecido Barão de Tapajós, contendo duas barracas cobertas de palha e curral. O imóvel tinha outros proprietários.
A festa do Tapajós
O Tapajós Yole Club comemorou seu sétimo ano de fundação com uma sessão lítero-musical. A senhorita (mlle. no texto original) Cita Sampaio, oradora da Legião Feminina do Tapajós, leu “um bem elaborado discurso, calcado na poética lenda do Muiraquitã”.
Depois, a orquestra do Tapajós, com o concurso da senhora (mme.) Borges Leal, ao piano “deliciou os ouvintes”. Joaquim Toscano, “com a proficiência de sempre, acompanhado ao piano pela sra. Peluso, interpretou dois números, sendo O Guarani em dueto com a sra. Peluso.
Raquel Peluso
Já Rachelina Peluso “obteve vibrantes aplausos com a execução de dois lindíssimos capriccios, nos quais demonstrou mais uma vez os seus méritos de consumada pianista”. A senhorita Noquinha Martins recitou As duas sombras, de Olegário Mariano. O sr. Rodrigues Burga disse “com muito sentimento um inspirado soneto de sua lavra: Centenariana”.
O orador do clube, Trajano Mota, se fez ouvir numa História simples e Toscano em O Melro. Trajano encerrou a festa lendo “uma bela peça literária”.
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