Memória de Santarém: Madeira para Portugal, carne para os pobres e sesmaria do barão (1923) 5f2g5a
Vapor Nilo Peçanha -
Créditos: Fundo Instituto Oswaldo Cruz
A Cidade.
(1923).
Exportação de laranja
O jornal A Cidade formulava a questão: por que Santarém não exporta laranja, já que a fruta era conhecida por sua qualidade superior como pela sua durabilidade. Prova disso era que, mesmo expostas nas quitandas a um sol forte e bem maduras, as laranjas duravam um mês ou mais sem estragarem.
Não haveria então usar frigorífico para o seu transporte, “seja para o Rio seja para qualquer porto da Europa”. A fruta poderia ser vendida em Londres, com “um resultado fabuloso ao comércio ou produtor que quisesse se dar a essa especulação tão simples e que não demanda grandes capitais”.
A sesmaria do barão
Foi levada a leilão “uma sorte de campos de terras firmes” medindo 1.375 braças de frente com duas léguas de fundos, onde funcionava a fazenda de criação denominada Carmo, com base na sesmaria São Vicente, no Lago Grande de Franca. No local havia duas barracas cobertas de palha e curral.
Túmulo do Barão do Tapajós no cemitério de Santarém
O imóvel pertencia a Francisco Caetano Corrêa, o barão de Tapajós. Com sua morte, em 1916, ou aos seus filhos, os menores Olavo, Ivan, Nestor e Francisco.
Madeira para Portugal
O veleiro Invicta, rebocado pelo vapor Nilo Peçanha, de Rodolfo Pampolha, conduziu para Portugal cedro esquadriado e dormentes de itaúba. Já o veleiro Georgina levou diversas espécies de madeira, dormentes de madeira, couros espichados, salsa medicinal e sola. O Felisberta seguiu com os porões cheios de madeira.
As embarcações estavam consignadas à firma Marques Pinto, da cidade do Porto.
Carne para os pobres
O comerciante Carlos Marques Pinto distribuiu, no mercado público, 250 quilos de carne verde “aos pobres desta cidade, em regozijo pelo aniversário da sua filha, Maria Carlinda.
Mudanças no comércio
Felipe Correia de Castro comunicava a sua retirada da sociedade no estabelecimento comercial Farmácia do Povo, ficando como única proprietária a sua sócia na firma, Tereza Monteiro de Loureiro, “que continua com o mesmo ramo de negócio debaixo da responsabilidade do seu nome individual”.
Ao mesmo tempo, Tereza comunicava ter vendido a mesma farmácia Domingos Veloso Salgado, da firma D. Velloso & Comp, por deixar Santarém,
O botequim O Chic também mudava de dono: a firma Ayres & Marinho saiu da sociedade, permanecendo apenas Pedro Ayres da Silveira.
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