Gov desmatamento


Memória de Santarém (1942) - Atrás da borracha; farinha proibida 1y3r4h

Lúcio Flávio Pinto - 17/09/2023

Apolônio Sales, ministro da agricultura do governo Getúlio Vargas (28/02/1942 a 29/10/1945 e novamente de 29/06/1954 a 24/08/1954) - Créditos: Arquivo/ https://oestadonet-br.parainforma.com/nosso-patrono/

Atrás da borracha


O ministro da agricultura, Apolônio Sales, ou por Santarém com uma comitiva de técnicos brasileiros e americanos para visitar as plantações de seringueira da Ford, em Belterra. Os visitantes chegaram em dois aviões da Panair do Brasil. O motivo da inspeção: os países aliados na guerra precisavam urgentemente de mais borracha e verificavam se podiam obtê-la na Amazônia. Mas três anos depois, mal finda a maior de todas as conflagrações bélicas da humanidade, a Ford desistiu do seu projeto de produção de borracha no Tapajós. Mas alcançou um objetivo: orçou os ingleses a suprir a indústria americana de borracha fart a e mais barata, extraída da Ásia.


Farinha proibida


A prefeitura proibiu, a partir de 23 de setembro, a exportação de farinha de mandioca, “de qualquer tipo ou qualidade”, para que o produto não faltasse na mesa dos santarenos. Mas excetuou da determinação 900 sacas negociadas pelas firmas Marques Pinto, Irmãos Ltda. e A. M. Ferreira, e também de José Serruya, porque lhes dera permissão anteriormente à proibição. A portaria do prefeito recomendava aos fiscais municipais “a maior vigilância no cumprimento integral destas determinações”.


Finalmente, o ginásio


Deu no jornal: “Depois de longas semanas de espera, a diretoria do Ginásio Dom Amando recebeu a grata notícia de que o Ministério da Educação havia designado para fazer a verificação local do Ginásio Dom Amando ao Inspetor do Colégio N. S. do Carmo Teodósio Rosa. Com esta designação, a luta de longos anos pela criação dum ginásio em Santarém foi coroada com uma brilhante vitória, que é tanto mais significativa porque alcançada em tempos tão difíceis como os que vivemos”.


Deportação de delinquente


Esta notícia registra um hábito característico da vida em Santarém naquele ano, em que a criminalidade, vista da perspectiva de hoje, ainda era quase risonha e franca. Os criminosos, provados ou supostos, eram colocados num vapor e mandados para mais adiante, o que, no Brasil, país de larga extensão territorial e com fronteiras em expansão, geralmente significa no rumo Oeste. Não se sabia se o suspeito era realmente o autor do delito e despachá-lo para outro local, que não o de sua residência, era uma violência. Mas incomparavelmente menor do que a rotineira nos nossos dias.
Dizia a notícia:


Às 2 horas da madrugada de 1º [de janeiro], um indivíduo mascarado, de compleição robusta, armado de revólver, assaltou a vivenda “São Marcos”, residência da sra. Graziela Martins Borges Leal, exigindo elevada importância em dinheiro.


Como seu tenebroso objetivo não foi satisfeito, o audacioso lunfa, proferindo ameaça à vida do menino Jorge, filho daquela senhora, retirou-se em desordenada fuga.


Comunicado o fato à Polícia, esta, após diligências, deteve o indivíduo Aristóteles Cardoso, em quem recaíram as suspeitas, o qual, todavia, não confessou a façanha de bandoleiro. No vapor “Iracema, de subida para Manaus, à noite, a Polícia fez seguir o perigoso indivíduo.

 

 

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