Memória de Santarém - 1960: população, satélite, ladrões e cemitérios 71543u
Cemitério de Nossa Senhora dos Mártires -
Créditos: Arquivo/Horácio Silva
População em 1960
A cidade tinha 23.654 habitantes em 1960, segundo recenseamento preliminar do IBGE.
Satélite no espaço
Os santarenos não tiveram dúvida: apesar das nuvens carregadas e baixas impossibilitarem uma boa visão, a fumaça branca deixada por um “misterioso aparelho”, naquela terça-feira de junho de 1960, deve ter sido o rastro do satélite Atlas III, “o mais aperfeiçoado engenho teleguiado, enviado ao espaço sideral pelos técnicos norte-americanos”. O satélite “ou por Santarém em velocidade incrível, despertando a atenção da população”. Talvez não por mera coincidência, na mesma época começou a ar sobre a cidade o jato da linha Miami-Santiago do Chile. Com menos mistério, é claro.
A volta dos ladrões
Em março de 1960, O Jornal de Santarém observava que ladrões voltavam a agir na cidade, como fizeram dois meses antes. Numa noite assaltaram o estabelecimento comercial de Gentil & Cia., carregando 180 mil cruzeiros do cofre, que, “por descuido”, não fora trancado com o segredo. No dia seguinte o assalto foi à casa do “alto funcionário” da firma I. B. Sabbá, Laíre Cavalero, na rua Floriano Peixoto. Os ladrões levaram 27 mil cruzeiros, que estavam no bolso da calça do dono da casa.
A ladroagem ainda era amadora.
Vandalismo na cidade
De O Jornal de Santarém de março de 1960:
“Um indivíduo qualquer, naturalmente desses que possuem a alma denegrida pela perversidade, algum vagabundo noturno, penetrou às caladas da noite de quinta-feira última no cemitério de N. S. dos Mártires com a finalidade profanadora de quebrar as cruzes de mármore, que guarneciam os mausoléus das sepulturas dos srs. Germano de Sena Gentil e d. Eponina Coelho Gentil, sogros do sr. Aderbal Tapajós Caetano Corrêa.
Não se pode atinar que estranho prazer poderia ter sentido esse abutre com forma humana, em destruir duas cruzes, que por serem cruzes representam o símbolo da cristandade, o que naturalmente não está na compreensão desse vândalo, capaz de cometer profanação maior, violando sepulturas, perturbando nesse prazer macabro o dono eterno dos mortos.
Precavenha-se porém esse cretino, porque as providências estão tomadas para apanhá-lo noutra investida condenável”.
LEIA MAIS:
Memória de Santarém - 1921: taxas abusivas da Porto of Pará e futebol em linguagem inglesa
Memória de Santarém: a volta da Câmara na ditadura militar e o arquivo municipal em cinzas
Memória de Santarém: A cidade em 1921
Memória de Santarém: Correios melhores e efeitos da estrada
Memória de Santarém: 1917/1924 - filmes e o juiz que dava aulas
Memória de Santarém (1945-1947): Desempenho escolar e sessões estudantis
Memória: Santarém (1917-1924) - Poeta Ferreira de Castro, alistamento militar, notas sociais
Memória de Santarém: A política do governador Fernando Guilhon
Memória de Santarém: Os acontecimentos da cidade em janeiro de 1918
Memória de Santarém: O primeiro ageiro de avião
Memória de Santarém: O comércio; notas sociais, em 1917
Memória de Santarém : A revolta dos colonos
Memória de Santarém: Anúncios do comércio de meio século atrás
Memória de Santarém: Ligações clandestinas, 70 anos atrás, e a “multinacional” do Tuji
Memória de Santarém: Palmerinho
Memória de Santarém: Os fatos em 1947
Memória de Santarém: Mensagens pelo rádio(41)
Memória de Santarém: Rodrigues dos Santos: duas vezes interventor
Memória de Santarém: Mensagens pelo rádio(40)
Memória de Santarém: Luz pouca; Telefones mudos; Água escassa
Memória de Santarém: Mensagens pelo rádio(39)
Memória de Santarém: ZY de volta
Memória de Santarém: Mensagens pelo rádio(38)
Memória de Santarém: Reforma da cidade na marra
Memória de Santarém: Mensagens pelo rádio(37)
Memória de Santarém: A agência de revistas e Carnaval com lança-perfume
Memória de Santarém: Mensagens pelo rádio(36)
Memória de Santarém: O ginásio campestre na cidade; barco da Ford afunda no trapiche
Memória de Santarém: Mensagens pelo rádio(35)
Memória de Santarém: Os colonos americanos
Memória de Santarém: Mensagens pelo rádio(34)
Memória de Santarém: política sem povo
Memória de Santarém: Mensagens pelo rádio(33) 2i718
Memória de Santarém – Uma sociedade musical
Memória de Santarém( Vale do Tapajós): Mensagens pelo rádio(32)
Memória de Santarém – A arte dos Fona
Memória de Santarém: Vale do Tapajós - Mensagens pelo rádio(31)
Memória de Santarém – Anúncios na imprensa em 1953
Memória de Santarém: Vale do Tapajós - Mensagens pelo rádio(30)
Memória de Santarém - Primeiro ano do ginásio Dom Amando
Memória de Santarém: Vale do Tapajós - Mensagens pelo rádio(29)
Memória de Santarém: Primeira sessão de autógrafos
Memória de Santarém: Cadê os pianos?
Memória de Santarém: A morte do 'Barra Limpa'
Memória de Santarém – A tragédia de Santarém
Memória de Santarém – A Operação Tapajós
Memória de Santarém: Nossos deputados estaduais em 1963
Memória de Santarém: Peixe caro em 1952
Memória de Santarém: Qual a sua graça? Bráulio Rodrigues da Mota!
Memória de Santarém: Futebol poderoso e pobre
Memória de Santarém: A notícia da morte de Manelito
Memória de Santarém: Quando havia o alto-falante
Memória de Santarém: Congregação Mariana dos Moços
Memória de Santarém: Cidadãos de Santarém, 1963
Memória de Santarém: A imagem do populismo
Memória de Santarém: Os confederados: um marco no desenvolvimento do município
Memória de Santarém: Começo da Tecejuta
Memória de Santarém: pianos em Santarém
Memória de Santarém: A primeira prefeita
Memória de Santarém: Primeiro jato militar
Memória de Santarém: A Miss Brasil entre nós
Memória de Santarém: Nas asas da Panair
Memória de Santarém - Tecejuta
Memória de Santarém: O regresso de Sebastião Tapajós, há 31 anos
Memória de Santarém: Cléo Bernardo e Silvio Braga
Memória de Santarém - Meu avô Raimundo
Memória de Santarém: o direito de ser criança em cidades pequenas