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Memória de Santarém: Correios melhores e efeitos da estrada 3e6x4g

Lúcio Flávio Pinto - 14/05/2023

Antigo prédio da agência dos Correios e Telégrafo, tendo ao lada a Associação Comercial e o Centro Recreativo - Créditos: Portal OESTADONET/Arquivo


Correios melhores

 

O Visconde da Várzea (um dos pseudônimos de Vicente Malheiros) anotava as melhorias introduzidas em 1973 pelos Correios, na época uma instituição cuja importância os clientes atuais da internet (e tendo ao seu dispor telefones de pronta resposta) não podem avaliar. Elogiava o novo chefe do órgão, numa crônica bem ao seu estilo. Dizia em certo trecho:


“Já foram arrancadas as grades-gaiolas dos balcões de venda de selos e atendimento de telegramas, ficando os balcões sem o empecilho das grades.
Os serviços de distribuição de cartas, confiados aos esforçados carteiros, não podemos exigir melhor serviço, uma vez que são dotados de bicicletas. Santarém já é uma cidade grande para ser percorrida com mocotó.
Os funcionários foram contemplados com melhores mesas, cadeiras e até mesmo com ventilação e geladeira.
Com o aumento das taxas em mais de cem por cento já não foi sem tempo os melhoramentos. Puxa!
Agora os telegramas deixaram de ser remetidos em igarité a vela, com demora de muitos dias, por falta de vento. Agora já podemos confiar no pronto recebimento. Manipulado e recebido. Graças a Deus!”

 

Efeitos da estrada


O Jornal de Santarém registrava, em 1973, os efeitos da abertura da Transamazônica, que possibilitava a primeira ligação por terra (embora precariamente) de Santarém com o restante do país:

 

“Já não são apenas os carros que, vez por outra, chegam trazendo algumas cargas ou mesmo os de pequeno porte, que conduzem alguns turistas mais corajosos, que se lançam de longínquas paragens em busca da Pérola do Tapajós. Já estão chegando também os carros frigoríficos, trazendo gêneros alimentícios, que são vendidos diretamente ao consumidor, sem a atuação dos intermediários. São as frutas, os legumes de boa qualidade, que chegam para tornarem mais farta a mesa dos santarenos, ajudando a deter a espiral inflacionária que sempre dominou o comércio desses produtos, cuja balança dos preços sempre esteve sujeita à lei da oferta e da procura”.


Não atentava o redator para o detalhe incômodo: frutas e verduras serem transportadas por milhares de quilômetros, consumindo fretes rodoviários, os mais caros do transporte de carga, que podiam ser produzidas no local. Não as frutas exóticas, é claro, mas as nativas. Tão ou mais saborosas. Um modo de ver – e de ser santareno.

 

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