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MRN voltou a ter lucro em 2022 641ps

Lúcio Flávio Pinto - 17/04/2023

Porto da MRN, em Porto Trombetas, Oriximiná - Créditos: Arquivo

A receita líquida da Mineração Rio do Norte, uma das maiores produtoras de bauxita do mundo, com sede no oeste do Pará, foi de 1,9 bilhão de reais no ano ado, 22% superior a 2021, que alcançou R$ 1,5 bilhão. Seus acionistas são a Vale, Rio Tinto do Brasil, South32 Minerals, Companhia Brasileira de Alumínio e Norsk Hydro Brasil.

 

As principais variações que resultaram nesse aumento foram o aumento do preço da bauxita no mercado internacional e no volume de vendas em 291 mil toneladas. O fator negativo foi “a variação negativa da qualidade do minério, parcialmente compensadas pelos efeitos da queda do dólar e aumento dos custos de produção”, aponta o balanço de 2022.

 

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2022 foi de R$ 529 milhões, 2,4% maior que no ano anterior (de R$ 517 milhões), principalmente em função do aumento do preço do minério e do volume de vendas em 29 mil toneladas. Esse ganho foi parcialmente anulado por fatores, como o aumento no preço dos combustíveis e a inflação.

 

O lucro líquido da empresa foi de R$ 162,6 milhões em 2022, revertendo prejuízo de R$ 6,3 milhões em 2021. A mineradora diz que o principal impacto está relacionado à variação cambial sobre o saldo da sua dívida em dólar. No final de 2021 esse saldo era de R$ 1,2 bilhão com uma taxa câmbio de fechamento de R$ 5,58.

 

A dívida no fim de 2022 foi de R$ 1,2 bilhão com uma taxa de câmbio de fechamento de R$ 5,22. Do total, 17% são de curto prazo e 83% de longo prazo.

 

Em 2022, a MRN diz que atingiu sua maior realização econômica da sua história, investindo R$ 585 milhões em 333 projetos “das mais diversas naturezas e aplicações, que garantiram a plena manutenção da capacidade produtiva do negócio”.

 

O relatório da diretoria observa que o primeiro trimestre de 2022 foi marcado pelas incertezas do cenário geopolítico em função da guerra na Ucrânia. “Tal fato, associado aos impactos ainda remanescentes da pandemia de 2020/2021, acarretou significativos aumentos de preços de materiais, insumos, equipamentos e serviços necessários para implantação da carteira de projetos no referido ano”.

 

Acrescenta que além dos impactos inflacionários percebidos na cadeia de suprimentos e contratos em andamento durante o ano, “a execução de projetos em 2022 transcorreu sob uma precipitação pluviométrica aproximadamente 53% maior que a média histórica registrada nos últimos 21 anos na região, demandando uma gestão mais complexa dos respectivos impactos nas atividades de construção”.

 

Por isso, em 2022, a MRN produziu 12,3 milhões de toneladas de bauxita, volume 2,1% abaixo das 12,6 milhões de toneladas produzidas em 2021.

 

Para manter o fluxo de embarques no porto, a mineradora teve que contratar empresas terceirizadas para aumentar a capacidade de movimentação de mina no segundo semestre.

 

“Entretanto, impactos seguidos na demanda comercial, alinhados com a redução do calado do Rio Trombetas e problemas com o Motor 2 da planta de Geração de Energia levaram à redução da produção para o ano”, explica.


As vendas totalizaram 12,8 milhões de toneladas, representando um aumento de 2% quando comparadas ao volume de 12,5 milhões de toneladas vendidas em 2021. Desse total, 69% foram destinadas para reinarias brasileiras, 19% para a América do Norte, 11% para Europa e 1% para Ásia.

 

Em 31 de dezembro de 2022, a companhia apresentou capital circulante líquido negativo de R$ 245 milhões (foi de R$ 301 milhões em 3021), impactado principalmente pelos fornecedores e empréstimos e financiamentos de curto prazo.




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