Maior árvore da América Latina, na Flota do Paru, fica em uma das áreas mais desmatadas da Amazônia 141n4d
Angelim vermelho encontrado na Flota do Paru -
Créditos: Divulgação
Um exemplar de angelim-vermelho foi encontrado em setembro deste ano por uma equipe de pesquisadores chefiados pelo professor Eric Gorgens, que levou 4 anos para fazer 5 expedições na Florestad Estadual do Pará (Flota do Paru), localizada na Calha Norte do rio Amazonas, no noroeste do estado do Pará.
A árvore é a maior da América Latina e a quarta maior do mundo. Ao seu redor foram localizadas outras árvores de 70 ou 80 metros, o que fez com que o lugar fosse chamado de Santuário das árvores gigantes.
O professor Eric Gorgens, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais, usou a ferramenta após imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) identificarem uma altura atípica de árvores no sul do Amapá, no Vale do Jari.
O angelim-vermelho resistiu 400 anos para chegar a esse tamanho, mas pode não resistir à herança maldita do governo Bolsonaro. A Floresta Estadual do Paru, ou Flota do Paru, onde está a árvore, foi a quinta unidade de conservação mais desmatada em outubro, segundo o Imazon.
Segundo o Imazon, existem 99 Cadastros Ambientais Rurais (CARs) na Flota do Paru - uma barbaridade, pois uma área protegida deveria estar livre de grileiros reivindicando as terras. A proteção a pelo cancelamento imediato desses cadastros e pela fiscalização contra o garimpo.
Estima-se que a Amazônia tenha entre 15 mil e 30 mil espécies de árvores. Só conhecemos cerca de 400. Proteger um angelim gigante, maior que um edifício da Faria Lima, não significa proteger uma única espécie. Significa usá-la como bandeira para proteger a floresta.
*Com informações do perfil Gabinete dos Bichos