Memória de Santarém: Uma antologia de santarenos por Isoca 732p4e
O livro Meu Baú Mocorongo foi escrito por Wilson Fonseca entre 1928 e 1983. Era composto com peças autônomas, às vezes não mais do que anotações de um diário sobre a história e a cultura de Santarém, memórias e análises, sem preocupação de publicação. Reunidos todos os papéis para edição pós-morte, em 2006, resultaram em uma autêntica enciclopédia do município, em seis volumes, formato grande, que reproduziu fielmente o original, em fac-símile. Um verdadeiro presente a Santarém da Secretaria de Cultura do Estado, no final da gestão do arquiteto Paulo Chaves Fernandes. Um reconh ecimento à inestimável contribuição do maestro Isoca.
Num dos capítulos, ao tratar da herança cultural de Santarém, o maeatro e compositor lamentou que a sua terra não contasse com um “conjunto de seleções de escritores nossos, com o propósito de formar um florilégio da literatura santarena. Se essa antologia fosse organizada, teríamos resguardados à posteridade trabalhos de jornalismo, poesia e, o que é mais interessante, de nossa história regional, já tão cheia de grandes feitos e magníficas agens no seu decurso de mais de 300 anos, dignos de chegarem até nossos pósteros”.
Para Isoca, seria “justo rememorar os nomes dos santarenos cultos que bem merecem a nossa iração, o nosso respeito pelo muito que nos deram de sua privilegiada inteligência”. Se pudesse ter organizado essa reunião de textos, o maestro escreveu que nela incluiria, dentre outros: “Cel. Adriano Xavier de Oliveira Pimentel, Altino Mendes de Nóvoa (jurista), Antonieta Dolores Teixeira, Cléo Bernardo de Macambira Braga (jurista), Elias Ribeiro Pinto, Francisco Cronje da Silveira, Joaquim Rodrigues, Dr. José Barroso Rebelo (jurista), Cel. José Joaquim de Moraes Sarmento, Laudelino Nunes, Lúcio Flávio Pinto, Manoel Dutra, Luís Felipe de Sena Gentil e Osório Nunes, co mo jornalistas; Prof. José Rodrigues Colares e Dr. Manuel Cornélio Caetano Corrêa, jornalistas e filólogos; Evangelista Damasceno, Felisberto Sussuarana, Firmo Antônio Oliveira da Paz, Genésio Braga, Jorge Franco de Almeida, Raimundo Jaguar Sussuarana, como jornalistas e poetas; Alexandre Rodrigues de Souza, Dr. Anysio Lins de Vasconcelos Chaves, Daniel Rebouças de Albuquerque, Dr. Joaquim Rodrigues de Souza Filho (jurista), Dr. Emir Hermes Bemerguy e Licínio Bastos, poetas e escritores; Gabriel Rodrigues dos Santos, escritor; Dr. Américo Vitúvio Gonçalves Campos, autor de obras sobre Educação; Sr. Sílvio Leopoldo de Macambira Braga, Dr. Américo de Sousa Braga e Cel. Mário Fernandes Imbiriba, com trabalhos científicos; João Bento Veiga dos Santos, historiador; e finalmente, Felisbelo Jaguar Sussuarana, filólogo, jornalista, teatrólogo e poeta, e P aulo Rodrigues dos Santos, jornalista, escritor, historiador, teatrólogo e poeta”.
A seleção, que revela o gosto pessoal de Wilson Fonseca, pode ser tomada como guia para a edição de uma antologia a ele dedicada, ou tomada como roteiro para uma revisão das suas indicações, a serem analisadas e, conforme o caso, modificadas. Mas devia ser levada em consideração para tornar realidade o projeto que ele idealizou, sem consumar.
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