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Memória – Bastidores do conflito de Santarém 3a5d3c

Lúcio Flávio Pinto - 27/12/2021

É uma pena que os acontecimentos de 1968 em Santarém não tenham motivado os historiadores e outros analistas do Pará. Na agem da ditadura com aparência de democracia autoritária para o regime de completa exceção, o que aconteceu naquela que era a terceira maior cidade da Amazônia acabou tomando dimensão nacional. Foi influenciada pela luta pelo poder tanto no plano federal quanto no estadual – neste, entre os antigos aliados Jarbas arinho e Alacid Nunes.

 

Transcrevendo material de interesse para a reconstituição dos episódios que culminaram com a repressão sangrenta, espero poder interessar terceiros. Na suíte da matéria anterior, esta nova notícia do Correio da Manhã, de 22 de fevereiro de 1969, indica como fonte das informações Belém e uma agência, a TRP, que desconheço. Não deixa de sofrer a influência do antagonismo entre os atores dessa história.

 

Santarém leva arinho ao M. da Justiça

 

BELÉM (TRP-CM) — Causou estranheza nos círculos arenistas paraenses o pedido de Intervenção no Município de Santarém feito pelo ministro Jarbas arinho ao ministro da Justiça. A surpresa foi tanto maior quando se sabia, aqui, que o titular do Trabalho desaconselhava a intervenção naquela localidade como alternativa válida para a solução da crise em que mergulhou o segundo município mais importante do Estado.

 

Novo encontro sigiloso foi mantido, ontem, entre o ministro do Trabalho, Jarbas arinho, e o sr. Ga- roa e Silva, da Justiça, destinado a examinar os acontecimentos de Santarém. Durante a conferência, o ministro arinho fez um relato detalhado de todos os episódios que culminaram com o assassinato do prefeito daquela cidade do Pará, sábado de Carnaval. A intenção federal não foi confirmada pelo sr. Gama e Silva, embora, à noite, circulasse notícia de que um Ato estaria sendo especialmente elaborado pelo ministro da Justiça, com o fim de decretar a intervenção.

 

As fontes oficiais do Ministério não confirmaram, entretanto, a informação. O encontro entre- os ministros do Trabalho e da Justiça foi assistido pelo brigadeiro Roberto Brandini, inspetor-geral das Finanças do Ministério do Trabalho, que, segundo informantes, fora ao gabinete do ministro da Justiça formalizar oficialmente o seu impedimento na presidência da subcomissão da CGI, em São Paulo.

 

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