Memória de Santarém: Quando havia o alto-falante 386v3e
O alto-falante era um elemento importante na vida de cidades pequenas, como Santarém, até a metade do século ado. Junto com reduzido número de emissoras de rádio, era o único meio de comunicação disponível. Por isso, houve festa concorrida na inauguração das novas instalações do Alto-Falante Ipiranga, em maio de 1943. Foi assim registrada pela crônica do jornal O Baixo Amazonas, o novo semanário que começou a circular na cidade, no mesmo mês, em concorrência com O Jornal de Santarém, que fora lançado em1943:
“Precisamente às 10 horas do dia 1º de maio [de 1952], com a presença das principais autoridades, teve lugar a inauguração da nova aparelhagem do Serviço de Alto-Falantes Ipiranga, à rua Siqueira Campos, nº 391, revestindo-se o ato de grande importância para os nossos meios radiofônicos, de vez que, com os aparelhos ora instalados, aquela empresa pode orgulhar-se de ser a mais perfeita do interior paraense.
Iniciando a execução do programa das solenidades, cortou a fita inaugural a srta. Lidalva Ferreira, representante do prefeito municipal, debaixo dos aplausos dos presentes. A seguir, o dr. Aluizio da Silva Leal, Juiz de Direito, abriu a porta principal do estúdio, onde o Sr. Vicente Malheiros da Silva, revendedor, em toda região, dos aparelhos Phillips, colocou em funcionamento o disco-prefixo da organização.
Após, o sr. Elias Pinto descerrou a bandeira brasileira que encobria o retrato do Chefe da Nação, dr. Getúlio Vargas, sob demoradas palmas e acordes de bem executada marcha patriótica.
Franqueada a palavra, usou-a o sr. Bernardino de Pinho, diretor do Serviço de Alto-Falantes Ipiranga, que pronunciou eloqüente discurso, focalizando as atividades que pretende desenvolver no sentido de bem servir à nossa terra. As suas últimas palavras foram bem recebidas por todos os presentes, que prorromperam, no final de sua oração, em estrondosa salva de palmas.
No término das solenidades, foram servidas taças de champanhe às autoridades que se dignaram comparecer ao ato”.
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