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Memória de Santarém: A Miss Brasil entre nós 1w6ec

Lúcio Flávio Pinto - 15/03/2021

Créditos: Arquivo Jornal do Brasil

Foi o acontecimento do ano em Santarém. Eleita Miss Brasil 1957 no Rio de Janeiro, Terezinha Morango, de volta a Manaus, onde morava, fez uma escala na "pérola do Tapajós". Circulou pela cidade, que precisava registrar o acontecimento. O normal seria usar as belas praias que ainda se exibiam na frente da cidade. Não sei das fotos nesse cenário.

 

Sei que a bela amazonense, filha de português, nascida numa fazenda em São Paulo de Olivença (Amazonas), teve que se equilibrar na borda de um grande tanque, agarrada a um dos tubos de circulação de água fornecida para a Tecejuta, a fábrica de fiação e tecelagem de juta, a maior indústria do interior da Amazônia na época.

 

Era a improvisação para suprir a falta de uma piscina na cidade (em compensação, ostentando 50 pianos em residências), em cujo deck a rainha posaria, no melhor estilo das revistas ilustradas da época. Quem não tinha piscina caçava com o que podia colocar no lugar, mesmo sendo um tanque - onde, aliás, alguns moleques, que contemplavam a cena com deslumbramento, costumavam nadar.

 

Foi a lembrança que me veio à memória, enevoada e imprecisa, ao saber da morte de Terezinha, sábado(13), no Rio de Janeiro, onde morava, aos 84 anos. Se não foi exatamente assim, como me vem à mente, mais de seis décadas depois, é o que minha iração pela mulher - bela, discreta, charmosa e serena - selecionou (ou reinventou) em sua homenagem.




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